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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Évora Monte" - 01/11/2020

O castelo, em alvenaria de pedra e cantaria de granito, apresenta planta quadrangular com quatro torreões artilheiros tronco-cilíndricos nos vértices. A cerca urbana apresenta traçado triangular com cubelos circulares medievais a flanquear as portas, e torreões artilheiros de transição com canhoneiras.

A cerca urbana apresenta planta em forma de triângulo escaleno com cerca de 1000 metros de perímetro, e contorna toda a vila, seguindo a configuração do morro de Évora Monte. É composta por uma muralha em alvenaria de pedra irregular argamassada, integrando quatro torres semicirculares, cinco torreões artilheiros circulares, ameias de corpo largo e adarve que une todas as portas da vila e torres.

Em alguns locais, a muralha foi implantada diretamente na rocha. Conservam-se quatro portas em arco quebrado - “Porta do Freixo”, “Porta de São Brás”, “Porta do Sol” (ou “da Vila”), “Porta de São Sebastião” - e um postigo. A “Porta do Freixo”, voltada a sul no sentido de Évora, é aparentemente a principal, apresentando portal de arco quebrado de moldura granítica sobrepujado por uma lápide dionisiana e ladeado por duas torres semicirculares, estando este conjunto flanqueado à esquerda por um torreão artilheiro cilíndrico.

A Porta de São Brás, voltada a sudeste, encontra-se localizada no flanco ocidental, sensivelmente no meio do troço que corre entre os dois bastiões circulares, sendo constituída, no interior, por arco rebaixado, e, no exterior, por arco gótico assente em bases de granito ornamentado. A “Porta do Sol” ou “da Vila”, voltada a leste, de onde lhe provém a toponímia, é constituída por vão em arco quebrado e cubelos flanqueantes, sendo de configuração similar à "Porta do Freixo".

A "Porta de São Sebastião", obra do século XV, está voltada a oeste e apresenta arco quebrado amplo, sendo a que se encontra mais próxima do paço. Terá sido alargada para permitir a passagem de animais de carga e apetrechos de guerra. O Postigo, rasgado no troço de muralha entre o bastião da “Porta de São Sebastião” e o da “Porta do Sol”, constituía-se num acesso secundário, utilizado para permitir o acesso de pessoas à vila sem ser preciso abrir a porta principal.

Encontra-se num local em que a espessura da muralha atinge os dois metros, sendo o local de mais difícil acesso e que seria, por isso, obstruído em períodos de guerra. As quatro torres medievais semicirculares serviam de reforço defensivo às duas entradas que flanqueiam. Os cinco torreões cilíndricos artilheiros, assentes numa base quadrangular, possuem ameias largas no topo e canhoneiras de tijolo, tanto no intervalo dos merlões como no corpo do torreão.

O Paço está implantado na zona norte da vila, na sua cota mais elevada. Apresenta planta quadrangular com quatro torreões de planta circular - um em cada vértice - orientados segundo os quatro pontos cardeais. Cada torre possui três tambores de diâmetro decrescente, de que resulta um volume de forma telescópica.

As quatro fachadas organizam-se em cada um dos lados do quadrado, entre duas das torres, com janelas dispostas de modo quase simétrico de molduras dos vãos graníticas.