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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Sta Maria da Feira" - 08/03/2020

As primeiras obras de recuperação do castelo foram executadas pela Direcção de Obras Públicas (1907), visitadas por Manuel II de Portugal no ano seguinte. Em 1909 foi criada uma Comissão de Proteção e de Conservação do Castelo, tendo se procedido obras de beneficiação e restauro às custas de Fortunato Fonseca. O castelo foi classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910 publicado pelo DG nº 136, de 23 de junho de 1910.

A partir de 1927, as visitas ao monumento passaram a ser pagas. A Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) executou obras de consolidação e restauro nos períodos de 1935-1936, de 1939-1944 e mais recentemente, em 1986. Um novo acesso foi aberto desde 1950, e inaugurada a iluminação exterior do monumento em 1963, trabalhos que o valorizaram. A Vila passou a cidade, sob a designação de Santa Maria da Feira, pelo Decreto-lei n° 39 de 14 de Agosto de 1985.

Sobre as Características do Castelo podemos dizer que o conjunto apresenta planta oval irregular, orientada no sentido norte-sul, em estilo gótico, tendo incorporado elementos de outros estilos ao longo dos séculos.

Com muralhas em alvenaria e cantaria de pedra, do período inicial, a Torre de Menagem domina a alcáçova; do final do século XV, datam as adaptações às demandas da piro balística. Em seu interior, na ampla praça de armas, encontram-se ainda os vestígios do antigo palácio seiscentista.

A praça de armas é um grande espaço aberto no centro de um castelo ou fortaleza. As praças de armas tinham como objetivo principal, em caso de cerco ou assalto, servir de local de concentração de tropas para o lançamento de um contra-ataque sobre os assaltantes. Além de servirem de locais de concentração de tropas em caso de ataque, as praças de armas serviam também como locais para paradas, cerimônias e exercícios de treino militar.

A porta da barbacã, coroada pelo brasão dos Pereiras é protegida por duas torres quadrangulares adossadas: a sudoeste, a Torre da Casamata, atrás da qual se encontra um recinto quadrangular e abobadado onde se alojavam os soldados e que servia como bateria com troneiras nos muros exteriores; no lado oposto a Torre do Poço, protegendo uma nascente de água, à qual se acede descendo uma escada em caracol.

Pela porta da barbacã acedem-se, sucessivamente, a porta da Vila e a praça de armas, na qual se localiza a Torre de Menagem. Esta torre-alcáçova, ergue-se em três pavimentos: no inferior, a cisterna; no segundo o salão nobre, destacando-se três lareiras, um fogão e quatro janelas, três delas com conversadeiras; no terceiro a área residencial íntima.

A seguir à Torre de Menagem, rematada com coruchéus cónicos, o visitante encontra a tenalha, precedida pelo chamado pátio da traição (onde se abre a respetiva porta). Em lado oposto à tenalha, adossada à muralha da cerca erguem-se a capela, de planta hexagonal, sob a invocação de Nossa Senhora da Encarnação, e a Casa da Capelania, em estilo barroco.