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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo da Covilhã" - 09/09/2018

O Castelo da Covilhã também conhecido hoje como as “Muralhas da cidade da Covilhã” localiza-se na freguesia de União das Freguesias de Covilhã e Canhoso, concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco, em Portugal. A povoação situa-se na encosta leste da serra da Estrela, rodeada por duas ribeiras, a Degoldra e a Carpinteira, tendo a seus pés o rio Zêzere e toda a Cova da Beira.

A primitiva ocupação humana da região remonta à pré-história. No século I a.C., com a ocupação completa da Península, os romanos terão fundado burgos fortificados, em alguns casos sobre antigos castros lusitanos. É exemplo a constituição, em 41 a.C., perto da baixa encosta da Covilhã de uma povoação chamada “Sília Hermínia”, topônimo em homenagem a Sila, cônsul romano vencedor da batalha de Munda (em 45 a.C.).

A fortificação da Covilhã poderá remontar a 1004, data encontrada numa pedra da muralha, momento em que a região estava sob o domínio de Afonso V de Leão (999-1027). Sancho I de Portugal outorgou carta de foral à Covilhã em setembro de 1186. Pouco depois, em seu primeiro testamento (1188 ou 1189), legou, para os muros da Covilhã, da Coina e de Coruche, 86.035 soldos e pipiões, o que pode indicar obras de execução ou ampliação nas cercas muralhadas dessas povoações.

Com essas obras ainda em andamento, a vila foi conquistada e saqueada pelos muçulmanos (em 1209), e rapidamente reconquistada pelas forças de Dom Sancho I (em 1210), que lhe mandou reparar as muralhas em regime de urgência. Afonso II de Portugal confirmou o foral outorgado por seu pai (Coimbra, 1217).

Em 1300 Dinis I de Portugal (1279-1325) ordenou a reformulação do projeto defensivo, com inclusão de novas torres e, especialmente, com substancial alargamento da zona muralhada. Sobre esta iniciativa régia SILVA (em 1970) observou:

“Devemos salientar que, se as muralhas fossem construídas só para defender as casas da vila, Dom Dinis não as construiria naquele local, pois ficaria de fora a freguesia de São Martinho, a mais antiga da Covilhã. É que, de facto, as muralhas não serviam, em muitos casos, para proteger as casas da vila, mas sim um determinado recinto, quase sempre o de mais difícil defesa, geralmente na parte altaneira do burgo, onde se poderiam acolher, nos momentos de perigo, as populações e as riquezas. Além disso, devemos estranhar que só Dom Dinis se tenha lembrado de construir as muralhas da Covilhã, quando os mouros, já desde Dom Afonso II se achavam escorraçados, definitivamente.”