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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Castelo Branco" - 10/10/2021

Novas intervenções se sucederam, em 1977 (prospecção arqueológica e limpeza, consolidação e reconstrução do troço da muralha ruída à altura da Rua Vaz Preto, expropriação e demolição pela Câmara Municipal de imóveis adossados à muralha), entre 1980 e 1982 (beneficiação do troço de muralhas à altura do mesmo logradouro). Em 2000 descobriu-se parte da muralha medieval, nomeadamente de um dos torreões, durante os trabalhos de demolição de duas edificações na mesma Rua Vaz Preto.

No ano de 2002 previa-se a recuperação do troço da muralha a leste, que ligava a torre da alcáçova e a torre de menagem do antigo Palácio dos Comendadores. O interesse despertado nos últimos anos por este património levou à definição da primeira proteção legal para o conjunto, hoje em vias de classificação. A igreja foi classificada pelo IPPAR como Imóvel de Interesse Público em 1978.

Do castelo dos templários subsistem alguns elementos, embora poucos sejam originais. No interior do recinto do castelo encontra-se uma igreja de Santa Maria, mas nada tem a ver com a que foi desenhada por Duarte de Armas.

O torreão Românico é do tipo mais antigo, as suas grossas paredes têm seteiras frontais e laterais a mostrar uma intenção prática de defesa em coordenação com os outros torreões. Este torreão será, porventura, a peça arquitetônica mais antiga de Castelo Branco. Apesar da sua envolvente ter tido várias reconstruções, ela é ainda a torre original como atestam as seteiras.

A torre que normalmente se designa por torre gótica ou torre dos templários não era mais que a fachada do palácio dos alcaides e comendadores. Na época em que Duarte e Armas a desenhou ainda era da mesma estrutura das restantes torres, na atualidade é mais larga que o Torreão Românico: as sucessivas alterações que sofreu alargaram o seu porte, havendo sinais desse alargamento. As atuais janelas com lintéis quinhentistas, pouco têm a ver com as originais, mesmo com uma primeira alteração gótica. Esta torre é o Ex-libris de Castelo Branco.

Pouco ou nada resta da Igreja de Santa Maria do Castelo primitiva. As sucessivas reconstruções tornaram-na incaracterística e sem grande valor artístico. O Arco é o original. Este arco era a porta que separava o pátio de acesso público e o pátio do palácio. Originalmente os dois pátios estariam ao mesmo nível, que se supõe ter sido inferior ao atual.