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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição do Ilhéu" - 12/07/2020

Os soldados tinham a intenção de fazer "uma ermida, em parte da mesma fortaleza que não fizesse dano, o que não podiam conseguir por serem pobres e não terem mais que o seu soldo", finalizando por pedir ao futuro soberano a construção da capela, comprometendo-se a arcar com as imagens, retábulo e os demais ornamentos necessários.

O Príncipe-regente despachou favoravelmente a petição a 9 de novembro de 1672, determinando medir o lugar e que "…com o mínimo de despesa possível", se fizesse a construção. Entretanto, a ordem só veio para o Funchal dez anos depois, expedida de Lisboa a 27 de outubro de 1682 e registrada no Funchal a 28 de Janeiro de 1683.

Deve ter ficado pronta, com uma cisterna, em 1687, conforme inscrição epigráfica: "Esta igreja e cisterna fez o governador e capitão general Pedro de Lima no ano de 1687". Há notícia de que o seu primeiro capelão foi o padre Manuel de Andrade, com um ordenado de 18 escudos anuais.

Em 1698 foi nomeado o seu primeiro condestável, Simão Fernandes Forte, quando estava guarnecida por 12 artilheiros com um soldo de 30 réis por dia. Nessa época os pescadores eram obrigados à condução de víveres para o ilhéu sem remuneração alguma. Porém, em casos extremos, se o mar de todo o impedisse, era lançado um cabo a terra para acudir a guarnição isolada.

A fortaleza começou a trabalhar sem depender da de São Lourenço no último quartel do século XVII. Nesse período terá passado a exercer a função de Registro do porto, salvando os navios que entravam e assinalando para terra a sua proveniência.

Até essa época, como se depreende dos pagamentos da fortificação de 1673, o movimento das despesas do Ilhéu ia essencialmente para os batéis de Brás Moniz, que faziam os transportes de "serviço dos soldados". Com o aumento do movimento do porto, aumentaram as despesas da pólvora, em escalada contínua entre 1675 e 1689.

Diante do esforço suplementar dos artilheiros do Ilhéu, o soberano concedeu-lhes, em 1691, um suplemento de "meio tostão por dia, na forma como são os soldados pagos do dito castelo de São Lourenço". Em 1692, a fortaleza do Ilhéu veio mesmo a ter capelão privativo, lugar em que foi provido o padre José de Andrada.