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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Elvas" - 14/04/2019

O "Castelo de Elvas" localiza-se na freguesia da Alcáçova, na cidade e concelho de Elvas, distrito de Portalegre, em Portugal. Integra atualmente o conjunto da "Cidade Fronteiriça e de Guarnição de Elvas e suas Fortificações" classificado como Património Mundial pela UNESCO desde 30 de junho de 2012. Distante apenas quinze quilómetros de Badajoz, na Espanha, Elvas constituiu um ponto estratégico da defesa lindeira na região do Alto Alentejo.

Por essa razão, concentrou, ao longo dos séculos, um poderoso sistema defensivo, baseado nas suaves elevações distribuídas pela planície circundante e no vizinho rio Guadiana. Na Idade Média, o papel do castelo era complementar à invocação expressa no brasão de armas da cidade: “Custodi nos domine, ut pupilam oculi” (Guardai-nos, Senhor, como às pupilas dos olhos). Atualmente é considerado como um dos melhores exemplos da evolução histórica da arquitetura militar no país.

A primitiva ocupação humana do seu sítio remonta a populações galo-celtas, posteriormente sucedidas por romanos, que o urbanizaram a partir do século II a.C., tendo em vista aí se cruzarem algumas das estradas que cortavam o sul da península Ibérica. A povoação era então conhecida pelo nome de “Helvas”. Alguns autores compreendem ser testemunho deste período uma porta no interior do castelo, à qual atribuem características construtivas romanas.

Com a queda do Império Romano do Ocidente a partir do século V, a povoação terá sido ocupada sucessivamente por suevos e visigodos. A partir do século VIII foi conquistada e ocupada pelos muçulmanos, que lhe ergueram a primeira fortificação. A cidade encontra-se referida por Muhammad al-Idrisi, geógrafo muçulmano do século XII, como “Ielbax”.

No contexto da Reconquista cristã da península Ibérica foi conquistada temporariamente em 1166 por forças de Afonso I de Portugal (1143-1185), possivelmente por Geraldo sem Pavor quando da conquista da Juromenha (1169). Tendo retornado a mãos muçulmanas, sob o reinado de Sancho II de Portugal (1223-1248), resistiu ao assédio por forças portuguesas (1200), vindo a ser conquistada e abandonada por tropas leonesas e portuguesas (1226) até ser assediada e definitivamente conquistada em 1228 por forças portuguesas.

Tendo sido abandonada pela população muçulmana, e visando atrair povoadores cristãos, a povoação recebeu o seu primeiro foral, já em maio de 1229. Iniciou-se neste período a remodelação das suas defesas, com a reconstrução do castelo e das cercas urbanas. Atribui-se ao reinado de Dinis I de Portugal (1279-1325), que outorgou nova carta de foral à vila (1231) a construção de uma das torres.