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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

Teófilo Braga 2º Presidente de Portugal - 17/01/2016

A partir de 1884 Teófilo Braga passa a dirigir a Revista de Estudos Livres (1883-1886), em parceria com Teixeira Bastos, um seu antigo aluno no Curso Superior de Letras que se revelaria como um dos principais divulgadores do positivismo em Portugal.

Colaborou ainda no jornal humorístico “A comedia portugueza” (1888-1902), e em diversas publicações periódicas, nomeadamente na Revista “Contemporânea de Portugal e Brasil” (1859-1865), “Renascença” (1878-1879), “Arte e Vida” (1904-1906), “Atlantida” (1915-1920), “Brasil-Portugal” (1899 - 1914), “Contemporânea” (1899-1914), “Galeria republicana” (1882-1883), “Ilustração Portugueza” (iniciada em 1903), “O Pantheon” (1880-1881) , “A semana de Lisboa” (1893-1895), e “O Acadêmico” (1878).

Em 1890 foi pela primeira vez eleito membro do diretório do Partido Republicano Português. Nessa condição, a 11 de Janeiro de 1891 foi um dos subscritores do Manifesto e Programa do PRP, em cuja elaboração colaborara. Este manifesto, e a sua apresentação pública, precederam em três semanas a Revolta de 31 de janeiro de 1891, no Porto, à qual Teófilo Braga, como aliás a maioria dos republicanos lisboetas, se opôs.

Em 1 de Janeiro de 1910 torna-se membro efetivo do diretório político, conjuntamente com Basílio Teles, Eusébio Leão, José Cupertino Ribeiro e José Relvas. A 28 de Agosto de 1910 foi eleito deputado republicano por Lisboa às Cortes monárquicas, não chegando contudo a tomar posse por entretanto ocorrer a implantação da República Portuguesa.

Por decreto publicado no Diário do Governo de 6 de Outubro do mesmo ano é nomeado presidente do Governo Provisório da República Portuguesa saído da Revolução de 5 de Outubro de 1910. Naquelas funções foi de facto chefe de Estado, já que o primeiro Presidente da República Portuguesa, Manuel de Arriaga, apenas foi eleito a 24 de Agosto de 1911.

Quando Manuel de Arriaga foi obrigado a resignar do cargo de presidente da República, na sequência da Revolta de 14 de Maio de 1915, Teófilo Braga foi eleito para o substituir pelo Congresso da República, a 29 de Maio de 1915, com 98 votos a favor, contra um voto de Duarte Leite e três votos em branco.

Sendo um presidente de transição, face à demissão de Manuel de Arriaga, cumpriu o mandato até ao dia 5 de Outubro do mesmo ano, sendo então substituído por Bernardino Machado. Foi a sua última participação na vida política ativa.

O seu mandato presidencial decorreu em condições difíceis, já que João Chagas que havia sido escolhido pela Junta Constitucional para presidir ao governo não pôde tomar posse do cargo, porque na noite de 16 para 17 de Maio foi vítima de um atentado, protagonizado pelo senador evolucionista João José de Freitas, que o alvejou e obrigou a permanecer internado no Hospital de São José.