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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

João de Canto e Castro 5º Presidente de Portugal - 17/04/2016

João de Canto e Castro Silva Antunes era monárquico, mas no espaço de tempo em que exerceu as funções de Presidente da República - 16 de Dezembro de 1918 a 5 de Outubro de 1919 - não o fez nem como militar nem como monárquico. É curioso como este homem que, à partida tinha dois "defeitos" impossíveis de conciliar (monárquico e militar) com o exercício da Presidência da República, o fez de um modo que os historiadores mais tarde consideram como justo e isento.

João de Canto e Castro foi deputado em 1908 e ministro da Marinha em 1918. O seu mandato não foi isento de dificuldades com as tentativas dos monárquicos de voltar ao poder. Para chefiar o novo Governo, Canto e Castro escolheu o general Tamagnini Barbosa, que ocupará esse cargo até Janeiro de 1919.

Durante a "Monarquia do Norte" os rebeldes monárquicos refugiaram-se em Monsanto, mas uma manifestação popular encabeçada por republicanos vai desalojá-los. A vitória ficou do lado dos republicanos. Os Governos mudavam em escassos meses e o Presidente Canto e Castro chamou então para chefe do Governo um dos republicanos mais prestigiados de sempre: José Relvas.

Foi ele que, em 5 de Outubro de 1910, às 9 horas da manhã, proclamou a República da janela dos Paços do Concelho. Este Governo terá a particularidade de integrar Augusto Dias da Silva, o primeiro socialista num governo da 1º República. Nas eleições para deputados, em Maio de 1919, o Partido Democrático obtém uma inequívoca vitória, com 86 deputados em 163.

Dois meses depois, a 19 de Julho de 1919, o presidente eleito do Brasil, Epitácio Pessoa, visitou Portugal. Na vigência de Canto e Castro, quem vai saudar o presidente do País-irmão é António José de Almeida, que ao terminar o discurso recebeu uma estrondosa salva de palmas.

António José de Almeida estivera escondido durante a "Monarquia do Norte" e reaparecendo apenas por ocasião da visita do presidente do Brasil.O Presidente João de Canto e Castro acaba o seu mandato quando, a 5 de Outubro de 1919, António José de Almeida, homem da República desde a primeira hora, é eleito Presidente. O outro candidato ao cargo era Manuel Teixeira Gomes, que será Presidente mais tarde. Com a revisão da Constituição o Presidente passou a poder dissolver as Câmaras.