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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo do Alandroal" - 21/02/2021

João II de Portugal outorgou carta de foral à povoação em 1486. Sob o reinado de Manuel I de Portugal, a vila e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas no “Livro das Fortalezas”, em duas vistas e uma planta. O soberano outorgou-lhe o “Foral Novo” em 1514, sendo seu alcaide Diogo Lopes de Sequeira, que viria a ser o 4.º Governador do Estado Português da Índia, e que dotou a vila de um hospital e de outras obras de utilidade pública. O “Numeramento” de 1527-1573 refere o Alandroal com 284 fogos, ou cerca de 1100 habitantes.

No contexto da União Ibérica (1580-1640) há notícias de ter residido no castelo, no Paço dos Alcaides, Dom Brites de Lencastre, e que aí casou a sua filha, Dona Isabel, com o marquês de Vila Real, Dom Miguel de Menezes, em 1604. Outras notícias dão conta de que, em 1606, as moradias interiores do castelo já se encontravam arruinadas.

No contexto da Guerra da Restauração procederam-se alguns reparos nas defesas da povoação, tendo o Conselho de Guerra de João IV de Portugal mandado chamar um natural da localidade, António Álvares, então frade em Braga, para o incumbir dos trabalhos de fortificação e do comando da artilharia. Em 1656 as tropas espanholas chegaram a ocupar a vizinha Terena por alguns dias.

Em 1657, a ocupação da Praça-forte de Olivença pelas forças espanholas (que perdurou até à Paz de 1668) trouxe ao Alandroal centenas de refugiados daquela povoação. Entre 1659 e 1665, travaram-se diversas batalhas, as mais duras do conflito, poucos quilómetros ao norte do Alandroal. Em 1774 registrou-se a construção da torre do relógio e, em 1778, a demolição da barbacã e a construção dos novos Paços do Concelho. De 1786 a 1793 teve lugar a construção da cadeia da comarca.

No contexto da Guerra das Laranjas (1801) tendo tropas espanholas, com o apoio francês, invadido o Alentejo e ocupado a região de Olivença e a aldeia de Vila Real de Juromenha, ao longo do século XIX o Alandroal foi o destino de muitos refugiados oliventinos. Em 1802 procedeu-se a demolição da primitiva torre ou campanário onde esteve instalado relógio.

No contexto da Guerra Peninsular (1808-1814) na região registraram-se guerrilhas anti-francesas (1808), e alguns combates (1811). Algumas povoações próximas, como Ciladas, sofreram danos na ocasião. O “Castelo de Alandroal / Castelo e cerca urbana de Alandroal” encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910, publicado no Diário do Governo n.º 136, de 23 de junho.

A Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais procedeu a intervenções de restauro, tendo procedido o restauro na torre de menagem, reconstrução de alguns troços de muralhas e a desobstrução da estrutura de diversas casas que, ao longo dos séculos, se haviam adossado às muralhas (1943-1946, 1958). Novas intervenções tiveram lugar em 1980 e em 1986.

O imóvel foi afeto ao Instituto Português do Património Arquitetônicos (IPPAR), pelo Decreto-lei n.º 106F/92, publicado no Diário da República, 1.ª série A, n.º 126, de 1 de junho de 1992. Atualmente encontra-se afeto à DRC Alentejo, pela Portaria n.º 829/2009, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 163, de 24 de agosto de 2009.