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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Alcobaça" - 24/11/2019

Em 1956, a autarquia procedeu a obras de reconstrução parcial da muralha voltada para o Mosteiro, a partir de uma descrição deixada por Frei Fortunato Boaventura, bem como a obras de limpeza do monumento e da sua área envolvente, incluindo-lhe os acessos, no âmbito da visita a Alcobaça da rainha Isabel II do Reino Unido em 1952, que se efetuou no ano seguinte. Na década de 1960 novos reparos de pequena monta foram efetuados (em 1965).

As “Ruínas do Castelo de Alcobaça” encontram-se classificadas como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 95/78, publicado no Diário da República, I Série, n.º 210, de 12 de setembro de 1978. Escavações arqueológicas realizadas no seu recinto num projeto de quatro anos iniciado em agosto de 2002, com fundos municipais, buscaram elucidar questões relativas à época e autoria da fundação do castelo.

Os trabalhos foram coordenados pelos arqueólogos Jorge António e Manuela Pereira, à frente de um grupo de voluntários e alguns trabalhadores da autarquia.Trata-se de exemplar de arquitetura militar, nos estilos românico e gótico, de implantação urbana, na cota de 69 metros acima do nível do mar, junto à margem esquerda do rio Baça, do lado noroeste da povoação, dominando-a.

O castelo tem uma orientação noroeste/sudeste, uma área interna de cerca de 700 m² e apresenta planta retangular, afunilando, ligeiramente, para sudeste. Os seus muros eram reforçados por sete cubelos de planta quadrangular, quatro no alçado virado a nordeste e três no alçado a sudoeste, e mais um torreão destacado pelo lado oeste (torre de menagem), voltado para o Mosteiro.

No século XVIII ainda eram visíveis quatro colunas no interior do castelo, o que parece sugerir que o pátio interno seria coberto, porventura, por uma estrutura de captação de água da chuva para a cisterna.

A cisterna, atualmente desativada, conserva, ainda, à superfície, a entrada e dois respiradouros. Ocupa uma área considerável, tem planta retangular e teto em dupla abóbada, separado por uma coluna central. A cisterna terá, certamente, na sua origem mais remota, outra de menores dimensões, coetânea da primeira fortificação edificada no local.