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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

Dom Manuel II - "O Patriota" - 25/10/2015

Além do próprio peso do movimento integralista, quando do falecimento súbito do rei, a Causa Monárquica declarou-se como Cortes Gerais da Nação e aclamou Duarte Nuno de Bragança como rei de Portugal. Para este pretendente, seu primo afastado, neto do rei D. Miguel I, terá sido passada a chefia da casa real portuguesa, ao abrigo das regras de sucessão e no respeito da alegada vontade do falecido monarca, uma vez que este tinha procurado aproximar os dois ramos vindos da família, através dos referidos alegados Pacto de Dover e Pacto de Paris.

Por seu lado, Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança sempre contestou as pretensões dos descendentes do ramo miguelista e, alegando a existência de laços familiares diretos com o rei D. Manuel II como sendo ela sua meia-irmã, filha de uma relação adúltera entre o rei D. Carlos I e Maria Amélia Laredó e Murça, apesar de nunca provada oficialmente, reivindicou-se como sendo a legítima sucessora na chefia da casa real portuguesa e a herdeira dos bens da família.

Após a morte de D. Manuel II, o governo de António de Oliveira Salazar instituiu a Fundação D. Manuel II com os seus bens pessoais e a Fundação da Casa de Bragança com os da extinta Casa de Bragança.

Dom Manuel II, faleceu inesperadamente na sua residência, em 2 de julho de 1932, sufocado por um edema da glote. O governo português, chefiado por António de Oliveira Salazar, autorizou a sua sepultura em Lisboa, organizando o funeral com honras de Estado.

Os seus restos mortais chegaram a Portugal, em 2 de agosto, sendo sepultados no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa. Passou à história com o cognome “O Patriota”, pela preocupação que os assuntos pátrios sempre lhe causaram.

Ficou conhecido também como “O Desventurado”, em virtude da Revolução que lhe retirou a coroa; “O Estudioso” ou o “Bibliófilo” (devido ao seu amor pelos livros antigos e pela literatura portuguesa). Os monárquicos chamavam-lhe “O Rei-Saudade”, pela saudade que lhes deixou, após a abolição da monarquia.