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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

Castelos de Portugal - "São Jorge" - 26/11/2017

O “Castelo de São Jorge” localiza-se na freguesia de Santa Maria Maior, na cidade, concelho e distrito de Lisboa, em Portugal. O seu atual nome remonta ao século XVI, quando João I de Portugal (1385-1433) o colocou sob a invocação de São Jorge. O seu atual aspecto deve-se à vasta campanha de obras de reconstrução empreendida pelo Estado Novo Português na década de 1940.

Em posição dominante sobre a mais alta colina do centro histórico de Lisboa, constitui-se num dos locais mais visitados pelos turistas na cidade, que do alto de seus muros desfrutam de amplo panorama sobre a Baixa e o estuário do rio Tejo. Os testemunhos arqueológicos atestam que a primitiva presença humana na área remonta ao século VI a.C., vindo a ser posteriormente ocupada por Fenícios, Gregos e Cartaginenses.

As informações históricas, entretanto, iniciam-se apenas no contexto da conquista da Hispânia pelas legiões romanas, quando era denominada Olisipo. Serviu, a partir de 139 a.C. como base das operações do Cônsul Décimo Júnio Bruto, contra os núcleos de Lusitanos dispersos após o assassinato de seu líder, Viriato, quando se admite que aqui teria, por esse motivo, existido algum tipo de estrutura defensiva.

Posteriormente, em 60 a.C., tendo o então Propretor Caio Júlio César concluído a conquista definitiva da Lusitânia, concedeu à povoação o título de “Felicitas Julia”, permitindo aos seus habitantes o privilégio da cidadania romana.

Diante das invasões do Império pelos bárbaros, às quais a península não ficou imune, a cidade foi conquistada pelos Suevos sob o comando de Maldras, nos meados do século V, e, poucos anos mais tarde, pelos Visigodos sob o comando de Eurico, vindo a tornar-se definitivamente visigoda sob o reinado de Leovigildo.

Mais tarde, no século VIII, caiu sob o domínio muçulmano, passando a denominar-se Al-Ushbuna ou Lissabona. As descrições dos seus geógrafos referem a existência da fortificação com as suas muralhas, as quais defendiam a "quasabah" (alcáçova), o centro do poder político e militar da cidade.

A chamada "Cerca Moura", edificada no período tardo-romano, foi reconstruída e ampliada durante o período muçulmano. No contexto da Reconquista cristã da península, a sua posse oscilou ao sabor das investidas cristãs, que a colimavam como alvo à margem do rio Tejo.

Dessa forma, foi conquistada inicialmente por Afonso II das Astúrias, em contraofensiva em 796. Na ocasião a cidade foi saqueada e as forças cristãs, demasiado distantes de sua base na região de Entre-Douro-e-Minho, retiraram-se em seguida. Idêntico sucesso repetiu-se no reinado de Ordonho III de Leão, sob o comando deste soberano, tendo a cidade sofrido severos danos.