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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

Francisco Craveiro Lopes - 29/01/2017

Aderindo desde o início ao movimento do 28 de Maio, é, ainda durante o ano de 1926, incorporado na Aeronáutica, arma recente das Forças Armadas Portuguesas, recebendo em 1927 novo louvor, por "serviços prestados à Pátria e República". Depois de exercer cargos na administração colonial (Estado da Índia), regressa a Portugal já no final da década de 30 e ao exercício de cargos militares.

Em Agosto de 1938 é nomeado comandante da Base Aérea de Tancos, cargo que ocupa até Fevereiro de 1939, já com a patente de tenente-coronel. Em 1941 tornou-se comandante-geral da Aeronáutica. Em 1943, frequenta com sucesso o curso de Altos Comandos, passando posteriormente a ocupar o cargo de professor no Instituto de Altos Estudos Militares.

É já nesta condição que se desloca com o general Costa Macedo aos Estados Unidos da América, numa visita de dois meses onde teve oportunidade de observar diversas instalações militares e industriais, em plena II Guerra Mundial. Em Novembro de 1946 é nomeado comandante da Base Aérea das Lajes, nos Açores, onde fica até junho de 1947.

Logo após o 28 de Maio de 1926, aceita ser nomeado Presidente da Câmara Municipal de Sintra. Será já como major que Craveiro Lopes se envolve na sua primeira experiência política ao nível da administração colonial. Um ano depois de ser colocado na Índia, passa a exercer o cargo de chefe da repartição do Gabinete do Governador-Geral da Índia, em 1930.

Foi chamado, três anos depois, para ser o responsável pelo próprio Gabinete, cargo que voltará a ocupar em finais de 1936. O seu bom desempenho nestas funções permite-lhe a nomeação como governador interino do distrito de Damão, em 1934, tendo também sido Presidente da Câmara Municipal de Goa.

Ainda no mesmo ano, será confirmado como governador efetivo com as atribuições de intendente. Dois anos depois, em 1936, é convidado para o cargo de Governador-Geral da Índia, funções que assume a 31 de Março. Regressado em 1939 à metrópole, Craveiro Lopes é nomeado, em 1944, comandante-geral da Legião Portuguesa, cargo que ocupa até 1950.

A sua ascensão política dá-se no âmbito de uma remodelação dos principais comandos militares, levada a cabo pelo ministro da Guerra, Santos Costa, no contexto da preparação do país para o período do pós-guerra. Em 1945, Craveiro Lopes é eleito deputado à Assembleia Nacional, pelo distrito de Coimbra, lugar que volta a ocupar na legislatura seguinte, depois de 1949.

A morte do general Óscar Carmona, em 18 de Abril de 1951, coloca pela primeira vez ao regime salazarista o problema real da escolha de um candidato presidencial. A tarefa afigura-se difícil, uma vez que o general Carmona se tornara, durante 25 anos de exercício presidencial, uma figura geradora de equilíbrios entre as diferentes forças políticas do regime salazarista.