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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Arnóia" - 30/08/2020

O Castelo de Arnóia, também conhecido como Castelo dos Mouros ou Castelo de Moreira, ergue-se na povoação e freguesia de Arnóia, concelho de Celorico de Basto no Distrito de Braga. Ergue-se sobre um maciço de pedra, em posição dominante sobre a povoação que outrora foi a sede do concelho com Casa da Câmara, Pelourinho e Cadeia.

Embora alguns autores remontem a primitiva ocupação humana deste sítio à época da Invasão romana da Península Ibérica, esta afirmação não se encontra documentada. A época da construção deverá remontar ao final do século X ou início do XI, acredita-se que ligada à defesa do vizinho Mosteiro de São Bento de Arnóia, também fundado neste período.

Contribui para esse raciocínio a data de 1034, assinalada na lápide da sepultura do alcaide do castelo (e provável fundador do mosteiro, segundo alguns autores), Múnio Muniz, no claustro daquele mosteiro. No século XIII, as Inquirições do reino de 1258 referem alguns casais nas freguesias de Arnóia, Caçarilhe e Carvalho, obrigadas à alimentação dos cães de guarda do castelo e da preparação da cal necessária para a sua conservação.

Com a morte do rei Dom Afonso III, tendo rendido preito de homenagem a Dona Brites ou Beatriz (rainha viúva e testamenteira do falecido), o alcaide deste castelo, Martim Vasques da Cunha, após o afastamento da senhora para Castela por desentendimentos havidos com Dom Dinis, teve dificuldades com o novo soberano, que se recusou a desobrigá-lo do seu compromisso de honra.

Segundo reza a tradição, tendo consultado diversas cortes europeias sobre como proceder honrosamente nesse impasse, fez sair a guarnição e gentes do castelo, trancando-se no seu interior. Tendo lançado fogo a uma das habitações no seu interior, "salvou-se" descendo-se por um cesto suspenso por uma corda amarrada em uma das ameias.

Desse modo, exonerou-se da função sem ferir o compromisso de honra assumido. Verdadeira a narrativa ou não, é fato que, em 1282, Dom Dinis arrendou os domínios de Celorico de Basto a Martim Joanes, pelo montante de 210 marabitinos (nome da moeda da época de Dom Afonso Henriques), com a obrigação de que o arrendatário contratasse um cavaleiro para as funções de alcaide deste castelo. Os domínios e o castelo foram arrendadas pelo mesmo soberano em 1284 aos moradores de Celorico de Basto.