Por: Nelson de Paula.
Teófilo Braga 2º Presidente de Portugal - 10/01/2016
Fortemente influenciado pelas teses sociológicas e políticas do positivismo, cedo aderiu aos ideais republicanos. Aluno brilhante, quando em 1867 terminou o curso foi convidado pela Faculdade de Direito a doutorar-se, o que fez defendendo em 26 de Julho de 1868 uma tese intitulada História do Direito Português: “Os Forais”. Contudo, a sua pública adesão aos ideais republicanos levaram a que fosse preterido quando em 1868 concorreu para professor da cadeira de Direito Comercial na Academia Politécnica do Porto.
O mesmo sucedeu em 1871 quando concorreu para o cargo de lente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Fixou-se então em Lisboa, iniciando a sua atividade como advogado e, nesse mesmo ano de 1868, casou com Maria do Carmo Xavier, irmã de Júlio de Matos, de quem teve três filhos. A esposa faleceu em 1911 e os filhos, muito jovens, ainda antes desta data, sendo pois já viúvo e sem filhos quando ascendeu ao cargo de Presidente da República.
A 18 de Maio de 1871 foi um dos doze signatários do programa das Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, interrompidas por uma portaria do também açoriano António José de Ávila, ao tempo presidente do Governo. Em 1872, concorreu a lente da cadeira de Literaturas Modernas do Curso Superior de Letras, sendo provido no lugar na sequência de um concurso onde teve como opositores Manuel Pinheiro Chagas e Luciano Cordeiro.
No Curso Superior de Letras dedica-se ao estudo da literatura europeia, com destaque para os autores franceses, e iniciou uma carreira académica que o levou a publicar uma extensa obra filosófica fortemente influenciada pelo positivismo de Auguste Comte. Essa influência positivista foi decisiva no seu pensamento, na sua obra literária e na sua atitude política, fazendo dele um dos mais destacados membros da geração doutrinária do republicanismo português.
Em 1878 fundou e passou a dirigir com Júlio de Matos a revista “O Positivismo”. Nesse mesmo ano iniciou a sua ação na política ativa portuguesa concorrendo a deputado às Cortes da Monarquia Constitucional Portuguesa, integrado nas listas dos republicanos federalistas. A partir desse ano exerceu vários cargos de destaque nas estruturas do Partido Republicano Português.
Em 1880 passou a colaborar com a revista “Era Nova”, da qual foi diretor. Nesse mesmo ano, com Ramalho Ortigão, organizou as comemorações do Tricentenário de Camões, momento alto da articulação do Partido Republicano, de onde sai com grande prestígio. As comemorações camoneanas foram encaradas por Teófilo Braga como uma aplicação do projecto positivista de substituir o culto a Deus e aos santos pelo culto aos grandes homens.