Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE OUGUELA" - 10/08/2025
O Castelo de Ouguela, no Alentejo, ergue-se na antiga vila de Ouguela, hoje parte da freguesia de São João Baptista, município de Campo Maior, distrito de Portalegre, em Portugal. Erguido sobre uma escarpa, na margem direita do rio Xévora, está próximo da raia com a Espanha, vendo-se dos seus muros a fortificação espanhola de Alburquerque. Reconstruído por D. Dinis, recebeu linhas abaluartadas do reinado de D. João IV.
Integrando a Área Turístico-Promocional de Planícies, o Castelo de Ouguela encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1943. A primitiva ocupação de seu sítio remontará a um castro pré-romano. À época da Invasão romana da Península Ibérica a povoação foi designada como Budua. Ocupada pelos Visigodos, que a denominaram Niguela, estes foram sucedidos, a partir do século VIII pelos Muçulmanos, que a terão fortificado.
À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, terá sido definitivamente conquistada, posteriormente a 1230, por forças castelhanas e leonesas. Anos mais tarde, a 28 de maio de 1255, os homens-bons do concelho de Badajoz doaram Ouguela e outras localidades ao Cabido e ao Bispo de Badajoz.
Pelo Tratado de Alcanices (12 de setembro de 1297) os domínios de Ouguela e seu castelo passaram a pertencer à Coroa de Portugal. Já no ano seguinte, D. Dinis, visando o seu povoamento e defesa, outorga-lhe Carta de Foral com muitos privilégios (5 de janeiro de 1298), determinando a reedificação de suas defesas.
No reinado de D. Fernando inicia-se a construção da nova cerca da vila, trabalhos que prosseguem sob o reinado de D. João I. Este último, também visando o seu povoamento e defesa, concedeu à vila o privilégio de couto de homiziados (7 de dezembro de 1420).
Em 1475, à época da batalha de Toro, confrontaram-se nas suas vizinhanças o alcaide-mor de Ouguela, João da Silva, e o alcaide-mor da vila espanhola fronteira de Albuquerque, João Fernandes Galindo. Ambos vieram a perecer devido aos ferimentos recebidos: o espanhol imediatamente, tendo o português sobrevivido ainda vinte e oito dias. Em 1551, Diogo da Silva, neto do alcaide-mor de Ouguela, mandou colocar uma cruz no local do combate, atualmente no Museu de Elvas.