Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE JURUMENHA" - 10/11/2024
Foi reforçado e ampliado à época da Guerra da Restauração da independência de Portugal, quando foi erguida a Fortaleza de Juromenha, com cuja história passa a se confundir. No contexto da restauração portuguesa, a partir de 1640, ante a iminência de uma invasão espanhola, impôs-se a completa reestruturação das fortificações fronteiriças de Portugal, adaptando-se as estruturas ainda medievais às exigências da artilharia da época.
Diante da precariedade da defesa constituída pelo Castelo de Juromenha, que remontava à Idade Média, foram apresentados, em 1644, três diferentes planos para modernização desta defesa ao Conselho de Guerra do rei D. João IV: - o de autoria do engenheiro-militar e arquiteto italiano Pascoeli, descartado por oferecer uma proteção insuficiente; - o do jesuíta neerlandês Cosmander, que veio a ser eleito na ocasião, mesmo em face dos elevados custos e dificuldades técnicas; - e o do francês Nicolau de Langres, que, em face da paralisação do projeto do seu antecessor, veio a ter este aprovado em 1646, assumindo as obras.
Com os trabalhos ainda em andamento, um incêndio fez saltar o paiol de pólvora em janeiro de 1659, o que causou a destruição de parte expressiva das estruturas já edificadas e do antigo Paço Municipal. Uma centena de homens da guarnição (estudantes da Universidade de Évora) e três mestres que os capitaneavam, perderam a vida na ocasião.
Passando-se para o serviço da Espanha, Langres comandou, em pessoa, a artilharia inimiga quando do ataque de 1662, capturando esta fortificação que ele mesmo construíra. Esta praça permaneceu ocupada por tropas espanholas até ao Tratado de Lisboa (13 de Fevereiro de 1668), quando retornou à posse da Coroa portuguesa.
A fortaleza sofreu severos danos com terremoto de 1755, tendo-lhe sido efetuadas obras de reparo e de ampliação, quando foi adossado um novo baluarte à muralha pelo lado do rio Guadiana, para defesa do ancoradouro.
No início do século XIX, no alvorecer da Guerra Peninsular, foi entregue, sem resistência pelo seu Governador, às tropas espanholas quando da chamada Guerra das Laranjas, para ser recuperada apenas em 1808. Com a perda de sua função defensiva diante da evolução dos meios bélicos, entrou em decadência, até ao seu abandono em 1920.