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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

Dom Manuel II - "O Patriota" - 04/10/2015

A 13 de fevereiro, a parte da Guarda Nacional Republicana que o havia apoiado desertou e reinstaurou a república no Porto. Os monárquicos que não conseguiram fugir foram presos e condenados a pesadas penas. O rei, no exílio, poucas informações recebeu e acabou por saber do falhanço através dos jornais.

As forças republicanas responsáveis pela vitória na escalada de Monsanto repuseram no poder a “Republica Velha”, o que não facilitava a vida aos monárquicos. Nos meses seguintes, o monarca moveu a sua influência na corte britânica de modo a que tivesse lugar uma anistia para os seus correligionários.

Esta teve finalmente lugar em aquando do 3º aniversário da batalha de La Lys. Além do fracasso do movimento em si, com o qual não concordara nem fora consultado, Manuel II ainda teve que se confrontar com as acusações de desinteresse em regressar ao país e a deserção de parte dos ativistas monárquicos.

A queda da monarquia constitucional em Portugal teve como reação a criação de um movimento monárquico de renovação nacional que se distanciou das formas parlamentares cujos defeitos se consideraram como responsáveis pela queda do regime.

Esse movimento, conhecido como Integralismo Lusitano, começou por afirmar a sua lealdade a Manuel II, então já no exílio. No entanto, os proponentes do movimento nunca deixaram de salientar que a forma monárquica que pretendiam diferia da que fora derrubada em 1910.

A monarquia tradicional que defendiam, das corporações e dos municípios, renegava as formas de representação parlamentar assentes exclusivamente em partidos ideológicos. Esta atitude chocava contra os princípios do rei que, embora reconhecendo defeitos na constituição vigente antes de 1910, não se achava no direito de ditar ou defender quaisquer alterações, considerando-se preso por juramento à carta constitucional.

Quaisquer mudanças, defendia o monarca, teriam que ser discutidas e implementadas pelas cortes gerais da nação uma vez restabelecida a monarquia. À medida que crescia a força das ideias integralistas entre as hostes monárquicas, aumentava o tom das exigências daqueles sobre o monarca exilado.

Dada a recusa de Manuel em faltar ao seu juramento, aliada ao fracasso da Monarquia do Norte, e acusando o monarca de falta de interesse na restauração, a Junta do Integralismo Lusitano declarou-se desobrigada de lealdade para com o antigo monarca em outubro de 1919. Em julho de 1920, representantes do movimento reunir-se-iam com os representantes do ramo legitimista de que resultaria a transferência de lealdades para o terceiro filho de Miguel de Bragança, o então ainda menor Duarte Nuno.