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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"CASTELO DE SOURE" - 21/12/2025

Reza a tradição local que a povoação abandonada se tornou a partir de então em um antro de feras. Uma nova iniciativa para o repovoamento de Soure registrou-se quando a condessa Teresa de Leão, já viúva, doou os castelos de Soure, Santa Eulália e Quiaios ao conde Fernão Peres de Trava, por permuta com o de Avô (1122). Nesse período, a defesa dos domínios da Vila Nova de Soure e seu castelo foram confiados a Gonçalo Gonçalves, um fidalgo de Viseu, que se destacaria na conquista de Santarém (1147).

Mais tarde, em 19 de março de 1128, a condessa D. Teresa concedeu à Ordem dos Templários o Castelo de Soure e todas as terras entre Coimbra e Leiria, vindo a constituir nele a segunda sede da Ordem do Templo em Portugal, que anteriormente estava em Fonte Arcada (concelho de Penafiel).

Esse ato foi confirmado no ano seguinte pelo seu filho, então ainda Infante D. Afonso: "(...) esta doação faço, não por mando, ou persuasão de alguém, (...) e porque em a vossa Irmandade sou Irmão (...). Eu o Infante D. Afonso com a minha própria mão roboro esta carta." (excerto da carta de doação de Soure por D. Afonso Henriques à Ordem dos Templários, 13 de março de 1129).

A ação de expansão dos Templários, entretanto, seria interrompida por uma nova contraofensiva muçulmana que, em 1144, tomou Soure, matando ou levando prisioneiros para Santarém muitos dos seus habitantes. Com a extinção da Ordem, os domínios de Soure e seu castelo passam para a Ordem de Cristo, através de Bula papal de 14 de março de 1319, constituindo-se de imediato como cabeça de comenda.

Durante a crise de 1383-1385, a povoação e o seu castelo tomaram o partido pelo Mestre de Avis. Datarão do período subsequente, entre o século XV e o XVI, obras de reforma na defesa, conforme o testemunham a configuração das ameias e o segundo registo na torre Sul.

Até ao século XIX o castelo conservou-se na posse da Ordem de Cristo. Neste século, duas torres do castelo foram vendidas por João Ramos Faria a João Lobo Santiago Gouveia, conde de Verride. Ao final do período, em 1880, a Câmara Municipal fez dinamitar a torre Sudoeste, que ameaçava ruir.