Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE MOGADOURO" - 07/12/2025
A vila e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas), quando se encontrava bem conservado. Data desse período, em 1512, o Foral Novo, concedido por D. Manuel (1495-1521), sendo alcaides-mores a Casa Távora, que desde o século XV fizeram edificar um soberbo palácio, vindo a assumir importante papel na defesa de Trás-os-Montes ao final do século XVII, durante a Guerra da Restauração de independência portuguesa.
Na segunda metade do século XVIII, diante do trágico destino dos Távoras, que eram os seus senhores e alcaides, e com a perda da função defensiva, o castelo foi progressivamente abandonado, caindo em ruínas. O castelo foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 2 de janeiro de 1946.
A intervenção do poder público fez-se sentir a partir de 1950, pela ação da Direção Geral de Monumentos Nacionais, na consolidação e reparos da torre de menagem e dos restos das muralhas, além de diversos serviços de limpeza, restauração, reconstrução, conservação e beneficiação.
Em nossos dias, um ataque de vandalismo acarretou a destruição do corrimão de acesso à torre, sua porta, e material arqueológico em exposição em seu interior. Exemplo característico da arquitetura militar medieval, em xisto argamassado com barro, conservam-se dois panos de muralha, ligando um deles a torre de menagem a um cubelo.
A torre apresenta planta quadrangular, em aparelho incertum. Vizinha a esta, uma outra torre de construção mais recente, também de planta quadrada, a torre do relógio, ergue-se apresentando cantaria nos vértices e aparelho incertum a meio.
No alçado Sul está gravado um relógio de Sol. É dividida internamente em três pavimentos, o último preparado para receber sinos, rematado em pirâmide. É encimada, nos vértices, por quatro pináculos de granito. Um pouco mais abaixo vêm-se os restos da cintura de muralhas da vila.