Por: Nelson de Paula.
Teófilo Braga 2º Presidente de Portugal - 24/01/2016
Embora confirmado no cargo a 17 de maio, logo de seguida foi chamado José Ribeiro de Castro, que em 18 de Junho de 1915 foi empossado num novo governo, o 11.º Constitucional, que se manteria no poder até 29 de Novembro do mesmo ano, cessando funções apenas depois de ter terminado o mandato de Teófilo Braga. Mesmo enquanto presidente da República, recusava honras e ostentações e andava proletariamente de elétrico, com o guarda-chuva no braço ou de bengala já sem ponteira.
O exercício da presidência não estaria muito na sua maneira de ser. Já viúvo quando da sua eleição, após o mandato, Teófilo Braga, que desde que enviuvara passara a ser um misógino enfiado na sua biblioteca, isolou-se, dedicando-se quase em exclusivo à escrita. Faleceu só, no seu gabinete de trabalho, a 28 de Janeiro de 1924.
Obtém honras de Panteão em 1966, aquando da inauguração do dito templo. Os seus restos mortais, bem como o de outros ilustres portugueses foram solenemente trasladados para a Igreja de Santa Engrácia (Lisboa) no dia 5 de Dezembro desse mesmo ano. Antes disso, o seu corpo encontrava-se na Sala do Capítulo do Mosteiro dos Jerônimos.
Foi impressa uma nota de 1.000 Chapa 12 de Portugal com a sua imagem. A vasta obra de polígrafo de Teófilo Braga cobre áreas vastas, da poesia e da ficção à filosofia, à história da cultura e à historiografia crítico-literária, e excede os 360 títulos, não contando com os artigos dispersos pela imprensa da época. Abrange temas tão diversos como o da História Universal, História do Direito, da Universidade de Coimbra, do teatro português e da influência de Gil Vicente naquela forma de manifestação artística.
Abrange ainda temas da Literatura Portuguesa, das novelas portuguesas de cavalaria e do romantismo e das ideias republicanas em Portugal. Também inclui artigos de polémica literária e política e ensaios biográficos, como o referente a Filinto Elísio.
Como investigador das origens dos povos, seguiu a linha da análise dos elementos tradicionais desde os mitos, passando pelos costumes e terminando nos contos de tradição oral, que lhe permitiram escrever obras como “Os Contos Tradicionais do Povo Português” (1883), “O Povo Português nos seus Costumes, Crenças e Tradições” (1885).
Uma de suas grandes obras foi a “História da Poesia Portuguesa”, obra em que levou anos a trabalhar, procurando as suas origens nas várias épocas e escolas. Escreveu as Poesias: Visão dos Tempos, Tempestades Sonoras, Torrentes, Miragens Seculares, Ficção, Contos Fantásticos, Viriato.
Escreveu também vários ensaios, dos quais destacamos: “As Teocracias Literárias”, “História da Poesia Moderna em Portugal”, “História da Literatura Portuguesa”, “História do Teatro Português”, “Manual da História da Literatura Portuguesa”, “Bocage sua Vida e Época”, “Parnaso Português Moderno”, “Traços gerais da Filosofia Positiva”, “História do Romantismo em Portugal”, ”Sistema de Sociologia”, “Camões e o Sentimento Nacional”, “História da Universidade de Coimbra” e outros tantos ensaios.