Por: Nelson de Paula.
João de Canto e Castro 5º Presidente de Portugal - 10/04/2016
João de Canto e Castro da Silva Antunes Júnior nasceu em Lisboa em 19 de maio de 1862 e faleceu em Lisboa em 14 de março de 1934. Foi um oficial da Marinha e quinto Presidente da República Portuguesa, no curto período de 16 de Dezembro de 1918, quando Sidonio Pais foi assassinado até 5 de Outubro de 1919.
Filho de José Ricardo da Costa da Silva Antunes e de sua mulher Maria da Conceição do Canto e Castro Mascarenhas Valdez. Frequentou o Colégio Luso-Britânico e a Real Escola Naval. Foi oficial da Armada, percorrendo todo o Império Português, atingindo o posto de Almirante.
Casou-se em 1891 com Mariana de Santo António Moreira Freire Correia Manuel Torres de Aboim também nascida em Lisboa a, 13 de Junho de 1865 e falecida em 18 de Janeiro de 1946), irmã do 1.º Visconde de Idanha e sobrinha paterna do 1.º Visconde de Vila Boim, de quem teve três filhos, deixando geração até hoje.
Em 1892, foi nomeado governador de Moçambique. Em 1908 foi deputado. No início da República, dirigiu a Escola de Alunos Marinheiros, em Leixões, e chefiou o Departamento Marítimo do Norte. Em 1915, dirigiu a Escola Prática de Artilharia Naval. No governo de Sidónio Pais foi nomeado diretor dos Serviços do Estado-Maior Naval e secretário de Estado da Marinha.
Tomou posse como ministro da Marinha, a pedido de Sidónio Pais, a 9 de Setembro de 1918, tendo-lhe sucedido depois do atentado que vitimou o ditador. Durante o seu mandato sucederam-se duas tentativas de revolução. A primeira, em Santarém, em Dezembro de 1918, foi liderada pelos republicanos Cunha Leal e Álvaro de Castro.
A segunda, em Janeiro de 1919, de cariz monárquico, liderada por Paiva Couceiro, que, por algum tempo manteve a "Monarquia do Norte", fez ressaltar a sua posição sui generis: sendo monárquico, como Presidente da República, reprimiu violentamente um movimento daqueles com quem partilhava convicções.
Os monárquicos, que tinham ganho terreno durante o sidonismo, exigiram que os ministros republicanos fossem demitidos e, em Santarém, a 12 de Janeiro de 1919 e com o apoio do Partido Socialista, os republicanos revoltam-se. Houve até a situação insólita de se proclamar a monarquia no Porto e em Lisboa, mas o Governo acaba por dominar os insurgentes.
Henrique Paiva Couceiro (1861-1944), que fora governador de Angola no tempo de João Franco, foi, durante um escasso mês, o garante dessa "Monarquia do Norte" - designada depreciativamente por "Traulitânia".