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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

Francisco Craveiro Lopes - 12/02/2017

Durante o seu mandato, recebe várias personalidades estrangeiras de visita a Portugal, como o comandante supremo da OTAN, general Ridgway, em plena "Guerra-fria" (1952), ou o general Papagos, primeiro-ministro grego (1954). Em 1955, acolhe o presidente do Brasil, João Café Filho, a rainha Juliana e o príncipe da Holanda, voltando a receber, em 1956, o recém-eleito presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek de Oliveira.

No ano seguinte, acolhe o general Norstad e o presidente do Paquistão, Iskander Mirza, bem como a rainha Isabel II, da Inglaterra. A visita da soberana inglesa tem um enorme impacto no país, sendo das que mais prestígio acrescenta à sua atividade enquanto Presidente da República.

Para além destes acontecimentos, preside também à inauguração de reuniões políticas do regime (III e IV Congressos da União Nacional) e à abertura da VI e da VII Legislatura da Assembleia Nacional (1953 e 1957). Na linha do seu antecessor, procede igualmente à inauguração de comunicações radiotelegráficas e linhas de telefone entre Portugal e as suas colónias e de obras públicas.

Promove ainda visitas a várias regiões do litoral e interior do país. Setúbal, Porto, Évora (todas em 1952), Guimarães (1953), Braga (1956) e os Arquipélagos da Madeira (1955) e dos Açores (1957) são algumas das zonas percorridas por Craveiro Lopes. Também não esquece as colónias, visitando São Tomé e Príncipe, Angola (1954), Guiné, Cabo Verde (1955) e Moçambique (1956).

Durante os 7 anos em que ocupa a Presidência da República, desloca-se por três vezes ao estrangeiro: Espanha (1953), Inglaterra (1955) e Brasil (1957). As ligações que Craveiro Lopes mantém com os marcelistas, com os setores militares opostos ao ministro da Guerra, Santos Costa, e com a oposição levam o regime a decidir a sua não reeleição em abril de 1958.

Os contatos para a escolha de um novo candidato multiplicam-se e de entre os nomes propostos emerge Américo Tomás, ministro da Marinha desde 1944 e personalidade fiel ao regime. Salazar apresenta esse nome à Comissão Central da União Nacional e no encontro que mantém com Craveiro Lopes, a 26 de abril de 1958, informa-o apenas de que existem resistências à sua reeleição, mas que a decisão final pertence à União Nacional.

Craveiro Lopes, apesar das dificuldades, confia que a última palavra será dada por Salazar, que julga favorável à sua recondução no cargo. A decisão surge no dia 1 de maio e Salazar comunica por carta a Craveiro Lopes que o candidato da União Nacional às eleições presidenciais de 1958 é Américo Tomás.

A notícia apanha completamente de surpresa o ainda Presidente. Em julho de 1958, sua esposa Berta Craveiro Lopes sofre um acidente vascular cerebral, vindo a falecer no Palácio de Belém: o Presidente da República atribui o desfecho trágico à notícia da sua não recondução no cargo.