Por: Nelson de Paula.
Manuel Teixeira Gomes 7º Presidente de Portugal - 19/06/2016
Democrata e republicano desde muito jovem, colaborou assiduamente no diário A Luta de Brito Camacho, de quem também era amigo pessoal. Após a implantação da República é convidado para exercer o cargo de ministro de Portugal em Londres. Em Abril de 1911, segue para a capital inglesa, apresentando credenciais ao rei Jorge V, em 11 de Outubro.
Substituir o marquês de Soveral e enfrentar o fato de que a família real portuguesa residia em solo inglês, não constituíam, à partida, fatores de bom augúrio para início de carreira, mas Teixeira Gomes, através de uma ação diplomática adequada, cedo soube grangear a simpatia, amizade e a confiança das autoridades britânicas.
É de salientar a sua ação na problemática das negociações anglo-germânicas acerca da divisão das colônias portuguesas e a colaboração prestada aos governos de Portugal, acerca da entrada de Portugal na Grande Guerra, a ser solicitada pelo Estado inglês.
Esta colaboração custou-lhe o ódio dos setores não guerristas, tais como Brito Camacho e a destituição do cargo durante o consulado de Sidônio Pais. Em 1919, depois da morte do caudilho, desempenha o cargo de ministro de Portugal em Madrid, mas a breve trecho é reempossado nas suas antigas funções em Londres.
Em 1922, é nomeado delegado de Portugal junto da Sociedade das Nações, desempenhando as funções de um dos seus vice-presidentes. Em 6 de Agosto de 1923, é eleito Presidente da República, cargo de que toma posse em 5 de Outubro do mesmo ano.
Manuel Teixeira Gomes foi eleito Presidente da República na sessão do Congresso de 6 de Agosto de 1923, após um ato eleitoral muito renhido, em que o resultado final só foi conhecido ao fim do terceiro escrutínio. Na primeira votação, com a presença de 197 congressistas, foram escrutinados os seguintes resultados:
Teixeira Gomes 108 votos, Bernardino Machado 73 votos, Duarte Leite 3 votos, Augusto Soares 2 votos, Magalhães Lima 1 voto, Listas brancas 10 votos.No segundo escrutínio, com a presença dos mesmos 197 congressistas, o resultado ficou assim traduzido: Teixeira Gomes 114 votos, Bernardino Machado 71 votos, Augusto Soares 2 votos, Duarte Leite 1 voto, Listas brancas 9 votos.
Como nenhum dos candidatos tivesse obtido os dois terços de votos exigidos pela Constituição, procedeu-se finalmente ao terceiro escrutínio em que dos 195 congressistas presentes, 121 votaram em Teixeira Gomes, somente 5 em Bernardino Machado e 68 votaram em branco.