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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

Américo Tomás - 05/03/2017

Américo Tomás é nomeado, em 1958, como candidato pela União Nacional, para disputar as eleições contra o general Humberto Delgado, candidato da oposição, já que Arlindo Vicente, candidato pelo PCP, tinha desistido no seguimento do "Pacto de Cacilhas". A 8 de Junho de 1958, enquanto decorre o ato eleitoral, é publicado um decreto-lei proibindo a oposição de inspecionar o funcionamento das assembleias de voto.

Os números oficiais fornecidos pelo Governo dão apenas 24% no Continente e Ilhas, 31,7% em Angola e 30% em Moçambique ao general Delgado. Os totais oficiais apurados deram cerca de 75% dos votos expressos a Américo Tomás e 25% ao general Humberto Delgado, o que corresponde a 758 998 votos e 236 528 votos, respectivamente, para cada um dos candidatos.É eleito o candidato da União Nacional, Américo Tomás.

A 29 de Agosto de 1959 o texto constitucionalé alterado, através da Lei n.º 2100. A Lei prevê que o supremo magistrado da Nação passe a ser eleito por um colégio eleitoral restrito de 602 membros. Esses membros são os deputados da Assembleia Nacional, membros da Câmara Corporativa, representantes das estruturas administrativas dos territórios ultramarinos e representantes das câmaras municipais.

O Colégio Eleitoral é o resultado das eleições de 1958. Foi criado para evitar situações problemáticas para o regime, como a hipótese de vir a ser eleito um candidato da oposição.Américo Tomás será reeleito para o cargo, em 1965 e 1972, por colégio eleitoral. Ocupará o cargo de 9 de Agosto de 1958 até 25 de Abril de 1974, altura em que é demitido.

Américo Tomás escreveu algumas obras mas as principais foram: “Sem Espírito Marítimo Não É Possível o Progresso da Marinha Mercante em 1956”. Renovação e Expansão da Frota Mercante Nacional, prefácio de Jerónimo Henriques Jorge, em 1958. Citações, em 1975. Últimas Décadas de Portugal, l.º e 2.º vols., 1980 e 1981.

A sua carreira iniciou-se na Marinha. No início de carreira deu o seu contributo para o conhecimento da costa portuguesa. Com os anos vai-se apercebendo da necessidade de renovação da Marinha. Os navios eram antigos, tecnologicamente atrasados e numa quantidade irrisória, incapazes de dar qualquer resposta em casos de emergência.