Por: Nelson de Paula.
Manuel de Oliveira Gomes da Costa 10º Presidente de Portugal - 24/07/2016
Após o regresso a Portugal, Gomes da Costa envolve-se em intensa atividade política. Apóia a República Nova de Sidónio Pais e adere, sucessivamente, ao Partido Centrista de Egas Moniz, ao Partido Reformista, pelo qual foi candidato às eleições de 1921, à Federação Nacional Republicana de Machado dos Santos e ao Partido Republicano Radical, dirigido por Cunha Leal.
Em comum, os diferentes movimentos a que vai pertencendo têm o fato de se posicionarem contra o Partido Democrático. Integra também, até 1922, a organização tradicionalista e conservadora Cruzada Nacional Nun'Álvares, que desempenha relevante papel na preparação do ambiente político anti-republicano.
O seu intervencionismo político cresce ao longo da década de 20, designadamente em diversos artigos que publica na Seara Nova, no Opinião, no Jornal da Madeira, entre outros. As suas palavras são severas ao criticar as condições que haviam rodeado a participação de Portugal na Grande Guerra.
Por outro lado, critica duramente os sucessivos governos do Partido Democrático, nomeadamente o ministro da Guerra, em 1922, o que lhe vale uma prisão correcional de 20 dias. Em 1922, em virtude das suas atividades conspirativas e declarações políticas, o governo republicano envia-o à China e à Índia, em funções de inspeção militar, de onde regressa em maio de 1924.
Crescem, entretanto, os apelos à intervenção de Gomes da Costa, vindos de diferentes setores da sociedade portuguesa, com o objetivo de o atrair para o movimento que está em preparação com vista ao derrube do Partido Democrático. Na antevéspera do 28 de maio é contatado por um grupo de conspiradores para assumir a chefia, facto ao qual não é alheia a fama de destemido que tem entre civis e militares.
No dia 28 de maio de 1926, assume a liderança do golpe militar que, a partir de Braga, põe fim à 1º República. Depois de forçar a demissão de Mendes Cabeçadas, e, assim, derrotar a corrente que pretendia reformar o regime político da 1º República, assume a chefia do Estado.
Chega, finalmente, ao poder a facção mais radical do golpe de 28 de maio. Todavia, será uma curta experiência. Volvido cerca de um mês sobre a sua posse, é demitido, preso e exilado. Substituído por Óscar Carmona, seria evocado pelo novo regime ditatorial como o líder militar que pôs termo à 1º República.
Assume a liderança do pronunciamento militar em Braga, descendo até Lisboa sem encontrar resistência ou oposição. Mendes Cabeçadas, líder da componente republicana conservadora da conspiração, lidera a revolta militar em Lisboa. A 31 de maio recebe do Presidente da República, Bernardino Machado, as suas funções constitucionais.