Por: Nelson de Paula.
António Óscar de Fragoso Carmona, 11º Presidente de Portugal - 14/08/2016
Óscar Carmona nasceu em Lisboa, a 24 de novembro de 1869, filho de Inácio Maria Machado de Morais Carmona (general do Exército) e de Maria Inês de Fragoso Côrte-Real. Passa grande parte da infância em Chaves, junto do seu avô paterno, Leonel Joaquim Machado Carmona. É nessa cidade que completa a instrução primária. Feito o exame complementar em Vila Real, ingressa no Colégio Militar com 13 anos e completa os estudos secundários em agosto de 1888.
Frequenta a Escola Politécnica de Lisboa durante dois anos. Em 1890, entra para a Escola do Exército, concluindo o Curso de Cavalaria em 1892, com uma menção honrosa por ter obtido a melhor classificação do seu ano. A 3 de Janeiro de 1914, casa em Lisboa com Maria do Carmo Ferreira da Silva, natural de Chaves, de quem tinha já três filhos. Viviam juntos há mais de dez anos.
É já com o golpe de 28 de maio em andamento que Óscar Carmona se decide a intervir no derrube da I República. Rapidamente, assume a liderança dos acontecimentos, tornando-se no "homem forte" da nova situação política. Presidente da República por decreto de 1926, recorre às urnas, em 1928, para legitimar o seu poder. Cria condições para a entrada de Oliveira Salazar nos governos da Ditadura, permite a sua ascensão e vê-se, por este, ultrapassado.
Em 1935, será eleito Presidente da República de acordo com as regras da nova Constituição, cumprindo mandatos sucessivos, vindo a morrer no exercício de funções. Em 1928, após a sua primeira eleição para a Presidência da República, passa a residir no Palácio da Cidadela de Cascais, até 1945, ano em que estabelece residência no Palácio de Belém.
Terminado o Curso de Cavalaria, Óscar Carmona é colocado na Escola Prática de Equitação, em Vila Viçosa com a patente de 1.º sargento aspirante a oficial. É sucessivamente promovido a alferes (1894), tenente (1899), capitão (1907), major (1913), tenente-coronel (1916), coronel (1919), general (1922) e marechal (1947).
Em 1894 é colocado em Chaves, no Regimento de Cavalaria nº 6. Durante as primeiras décadas do século XX, ocupa vários postos militares, em diferentes unidades. Em 1902 é elevado a "cavaleiro da ordem de São Tiago do mérito científico, literário e artístico" por "manifestações de mérito em topografia". Em 1906 é-lhe atribuída "a medalha de prata da classe de bons serviços".
Em 1907 faz o tirocínio para a promoção ao posto de capitão e fica colocado na Escola Prática de Cavalaria, em Torres Novas. Após a implantação da República, a 15 outubro de 1910, é nomeado vogal da Comissão de Reorganização do Exército e, três anos depois, assume funções como instrutor da Escola Central de Oficiais, em Mafra.
No ano em que é promovido a tenente-coronel (1916), passa a comandar o Regimento de Cavalaria n.º 2, em Lisboa (atual Regimento de Lanceiros 2), cargo no qual exerce um importante papel na contenção da chamada "revolta da batata", durante a crise de abastecimentos que se dá em maio de 1917. O apoio a Sidónio Pais valer-lhe-á a nomeação para comandante da Escola Prática de Cavalaria em Torres Novas.