Por: Nelson de Paula.
António de Oliveira Salazar - 18/12/2016
Apesar de não ter relações diplomáticas com países do bloco Comunista, manteve relações comerciais quer com a República Popular da China, que durante as décadas de cinquenta e sessenta fazia uma boa parte do seu comércio externo através de Macau, e outros países Socialistas Asiáticos. Em 1961, no seguimento da invasão do Estado Português da Índia corta relações diplomáticas com a União Indiana.
Nesse mesmo ano, tem início a Guerra Colonial. Nos termos da Resolução 1.514 da Assembléia Geral das Nações Unidas, a ONU e muitos dos seus Estados membros começam a pressionar o governo de Salazar para acelerar a descolonização. Este recusa a descolonização mas colabora sempre com o Comitê de Tutela das Nações Unidas.
Desde a adesão de Portugal à ONU e colocação das colónias portuguesas na lista de territórios sob tutela, que o governo de Salazar providencia anualmente estatísticas e dados nos quais demonstra os esforços portugueses em melhorar a vida das populações dos territórios ultramarinos portugueses.
Nessa altura são fundadas as primeiras Universidades na África Portuguesa, bem como uma rede de escolas e hospitais que ainda corresponde hoje em dia, com poucas alterações, às redes escolar e hospitalar dos países independentes que formavam o Império Português.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, que a comunidade internacional e a ONU vinham a defender a implementação de uma política de descolonização em todo o mundo. O Estado português recusou-se a conceder a autodeterminação aos povos das regiões colonizadas. Salazar, praticando uma política de isolacionismo internacional sob o lema orgulhosamente sós, levou Portugal a sofrer consequências extremamente negativas a nível cultural e económico.
No mês de março de 1961, no norte de Angola acaba por estalar uma sangrenta revolta, com o assassinato de colonos civis, incluindo mulheres e crianças. A chacina merece de Salazar a resposta: Para Angola rapidamente e em força. Defensor de uma política colonialista, Salazar alimenta as fileiras da guerra colonial, que se espalha à Guiné e a Moçambique, com o propósito de manter as chamadas províncias ultramarinas sob a bandeira portuguesa.
Neste particular, o da defesa do colonialismo, Salazar e grande parte da oposição estavam de acordo. Apenas o Partido Comunista, e só a partir de meados de 1950, por influência Soviética, começa a defender a descolonização.
A defesa de um Portugal Ultramarino foi sempre suportada pelas mais destacadas figuras da oposição, nomeadamente, João Soares (pai de Mário Soares), que foi Ministro das Colônias, e também os autodenominados “republicanos de tendência socialista” da revista de intervenção doutrinária e política, Seara Nova.