Por: Nelson de Paula.
Américo Tomás - 19/03/2017
Com a Lei n.º 2100, de 29 de agosto de 1959, o Presidente da República passa a ser eleito por um colégio eleitoral restrito. Este colégio eleitoral elegeu pela primeira vez o Presidente da República, por sufrágio indireto, a 25 de julho de 1965. Américo Tomás, candidato oficial, foi esmagadoramente "eleito" sem concorrência. Voltará a ser eleito para um segundo mandato, a 25 de julho de 1972, este último mandato deveria prolongar-se até 1979.
Exerceu os mandatos presidenciais durante a conturbada década de 60 e início dos anos 70. Uma só situação o obrigou a agir e a ter que fazer uso das suas prerrogativas presidenciais: tratou-se da substituição de Oliveira Salazar e a indicação, para o seu lugar, de Marcelo Caetano.
A escolha de Marcelo Caetano nunca foi muito de seu agrado. O novo Presidente do Conselho era demasiado reformista. A preocupação com o futuro do Ultramar e a sua manutenção era algo que reportava de fundamental e tinha a consciência que dessa manutenção dependeria a sobrevivência do regime.
Por isso, obrigou Marcelo Caetano a estabelecer um compromisso: o de não colocar a política ultramarina em causa. Com o 25 de Abril de 1974 é demitido do cargo e expulso da Armada, preso e conduzido à ilha da Madeira parte depois para o exílio no Brasil.
Regressou a Portugal por consentimento do então Presidente da República general Ramalho Eanes, em 1980, uma vez que nunca lhe tinha sido instituído nenhum processo-crime. Apesar de ter solicitado o seu reingresso na Armada, pedido que nunca lhe foi concedido.
Américo Tomás foi quem anunciou a substituição de António Oliveira Salazar por Marcelo Caetano. Foi derrubado na sequência da revolução de 25 de Abril de 1974. Foi convidado por Oliveira Salazar em 1958 para ser o candidato do regime à presidência da República.
Enquanto Presidente da República tem papel decisivo na anulação da “Abrilada”, uma tentativa de golpe de estado levada a cabo por militares chefiados por Botelho Moniz, em 1961. É ainda um defensor da política ultramarina portuguesa.
Conduz, em 1968, o processo de substituição de Salazar por Marcelo Caetano. Termina a sua presidência com a revolução de 25 de Abril de 1974. Exilou-se no Brasil, mas regressou ao país antes de falecer em 1978.