Por: Nelson de Paula.
António dos Santos Ramalho Eanes - 06/08/2017
Em Maio de 1978 Ramalho Eanes fez visitas oficiais ao Brasil, à Venezuela e aos EUA. Durante esta última visita, o Presidente da República discursa na Cimeira da OTAN em Washington e perante a Assembleia Geral da ONU. Em Novembro discursa também perante o Parlamento Europeu em Estrasburgo e visita oficialmente Londres.
Em 1979 visitas oficiais à Guiné-Bissau (em Fevereiro); aos países do Leste europeu, Bulgária, Roménia e Hungria (em Março); à Iugoslávia (em Junho); a Angola, onde se desloca para assistir ao funeral de Agostinho Neto (em Setembro), e a França (em Outubro). Em 1980 visita oficial a Cabo Verde (em Abril); deslocação à Iugoslávia, para representar Portugal no funeral de Tito (em Maio); visita oficial a Itália, no decorrer da qual foi recebido pelo Papa João Paulo II (em Maio); e visita oficial à Noruega (em Junho).
A reeleição de Ramalho Eanes para o segundo mandato presidencial como Presidente da República coincide com o polêmico acidente de Camarate que vitima o primeiro-ministro Sá Carneiro e o ministro da Defesa Amaro da Costa (04-12-1980) e consequente demissão do VI Governo Constitucional a 9 de dezembro de 1980.
Ainda antes da sua tomada de posse para o segundo mandato presidencial, o recém-eleito Presidente da República empossa, a 5 de janeiro de 1981, o VII Governo Constitucional, chefiado por Francisco Pinto Balsemão. As relações de Ramalho Eanes com o executivo Aliança Democrática de Balsemão pautam-se por enorme tensão.
As divergências acentuam-se em abril e maio de 1981. O Presidente da República começa por recusar a atribuição de condecorações a título póstumo a Sá Carneiro, Amaro da Costa e Patrício Gouveia, perecidos no acidente de Camarate. A Aliança Democrática condena a atitude e, como sinal da sua reprovação, o Governo e os partidos da Aliança Democrática não comparecem na cerimónia de condecorações no dia 25 de Abril.
Sá Carneiro e Amaro da Costa acabarão por ser condecorados nas cerimónias do 10 de Junho, após o Governo ter renovado a sua proposta. Em julho, Ramalho Eanes veta o Estatuto dos Deputados, devolvendo a lei à Assembleia da República para nova apreciação, motivando críticas da Aliança Democrática à sua atuação.
Pinto Balsemão responsabiliza também o Presidente da República pela reprovação da alteração da Lei de Delimitação dos Sectores proposta pelo Governo. Em 10 de Agosto de 1981, o primeiro-ministro Pinto Balsemão anuncia a sua demissão. Eanes aceita a exoneração, apesar de afirmar não ter sido alterada a confiança política no primeiro-ministro.
Dias depois, Pinto Balsemão aceita a designação do Conselho Nacional do PSD para indicar um novo governo da Aliança Democrática, que toma posse em 4 de setembro, incluindo os três líderes da coligação.