Por: Nelson de Paula.
Mário Alberto Nobre Lopes Soares - 10/09/2017
Afastado do PCP, Soares fundou em 1955 a Resistência Republicana e Socialista, reunindo outros elementos vindos daquele partido (caso de Fernando Piteira Santos, expulso do PCP em 1949), da União Socialista (como Manuel Mendes, antigo militante do MUD Juvenil), Gustavo Soromenho, Ramos da Costa, José Ribeiro dos Santos, Teófilo Carvalho Santos, José Magalhães Godinho, entre outros.
Foi em nome da Resistência Republicana e Socialista que Soares entrou em 1956 para o Diretório Democrato-Social, a convite de Armando Adão e Silva, juntando-se nessa estrutura a António Sérgio, Jaime Cortesão e Azevedo Gomes. Em 1958 pertenceu à comissão de honra da candidatura do General Humberto Delgado à Presidência da República.
Em 1961 foi redator e signatário do Programa para a Democratização da República. Candidatou-se a deputado à Assembleia Nacional do Estado Novo, nas listas da Oposição Democrática, em 1965, pela CDE. Foi preso 12 vezes, cumprindo um total de cerca de três anos de cadeia.
Mário Soares foi deportado sem julgamento para a ilha de São Tomé, em 1968, após divulgar a um jornalista do Sunday Telegraph um caso de prostituição que envolvia membros do Governo e homens de negócios próximos do regime de Salazar, conhecido como Ballet Rose. Esta deportação desperta a atenção da imprensa internacional.
No período subsequente à morte de Salazar, o sucessor deste na Presidência do Conselho, Marcelo Caetano, dita o regresso de Soares à metrópole, que chega a Lisboa na madrugada de 9 de Novembro de 1968. No período subsequente, acentua a sua oposição contra o socialismo totalitário que representava o comunismo e chega a ser acusado de denunciar comunistas à PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado).
Em 1969 apresentava-se de novo candidato à Assembleia Nacional, no Círculo de Lisboa, pela CEUD - Comissão Democrática de Unidade Eleitoral, agrupando os socialistas anticomunistas da Ação Socialista Portuguesa, monárquicos constitucionais, da Comissão Eleitoral Monárquica, e católicos antifascistas.
Em Fevereiro de 1970 são detidos pela PIDE os ex-candidatos da CEUD Francisco Salgado Zenha e Jaime Gama e encarcerados no Forte de Caxias. Raul Rego, também ex-candidato da CEUD em Lisboa, que publicara um artigo contra a guerra colonial na revista espanhola Cuadernos para el Diálogo, é colocado em regime de residência fixa por tempo indeterminado.
Em Julho do mesmo ano Soares é chamado à PIDE, onde lhe é feito um ultimato. Mario Soares foi intimado a abandonar o país, e se não o fizesse seria então preso. Diante da circunstância ele resolve partir para o exílio em França.