Por: Nelson de Paula.
Mário Alberto Nobre Lopes Soares - 01/10/2017
Depois das Presidenciais de 2006, Mario Soares foi nomeado em 2007 presidente da Comissão de Liberdade Religiosa. Também presidia ao Júri do Prémio Félix Houphouët-Boigny, da UNESCO, desde 2010, e era patrono do International Ocean Institute, desde 2009 e até à sua morte.
No dia 11 de Outubro de 2010 recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Lisboa quando das comemorações do centenário da mesma, coincidindo com as comemorações do centenário da República Portuguesa (a 5 de Outubro).
Com 89 anos foi eleito a personalidade do ano 2013 pela imprensa estrangeira, radicada em Portugal. Em 25 de Abril de 2016, recebeu a chave da cidade de Lisboa, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, a mais alta distinção atribuída pelo município a personalidades com relevância nacional e internacional.
Faleceu às 15h28m de 7 de Janeiro de 2017, aos 92 anos de idade, no Hospital da Cruz Vermelha, em São Domingos de Benfica, Lisboa, onde estava internado, em coma profundo, desde 13 de Dezembro de 2016, após um longo período de doença, que se agudizou após a morte da mulher, Maria Barroso.
Casado desde 22 de Fevereiro de 1949 com Maria Barroso, Mário Soares foi pai de João Barroso Soares e de Isabel Barroso Soares. Foi igualmente tio paterno, por afinidade, do cronista e antigo deputado e secretário de Estado Alfredo Barroso e tio materno por afinidade do cineasta Mário Barroso (chamado Mário Alberto em sua homenagem e por ser seu padrinho) do médico-cirurgião Eduardo Barroso e da bailarina Graça Barroso.
A repercussão da morte de Mario Soares pelo mundo foi intensa. Na Espanha o El Pais recordou o “pai do Portugal contemporâneo”, mencionando a luta do fundador do Partido Socialista contra o regime de Salazar e, mais tarde, contra a ameaça das “forças comunistas” no rescaldo do 25 de Abril.
Na França, o Libération fala também de um dos “pais da democracia portuguesa” para descrever a defesa da Europa e a forma como Mário Soares dirigiu com “mão firme a passagem de Portugal para um regime de Estado”. Já O Les Echos citou-o como “um dos fundadores da democracia” em Portugal, e uma “figura incontornável da vida política portuguesa do séc. XX” e um dos “principais artífices da chegada da democracia a Portugal e da integração europeia”.
No Brasil a Folha de São Paulo assinalou a "figura controversa" de Soares, frequentemente criticado pela forma como "lidou com o processo de desmonte da colonização portuguesa e como tratou do retorno de quase 500 mil cidadãos, parte deles restabelecidos precariamente".