Por: Nelson de Paula.
Castelos de Portugal - "Bragança" - 04/02/2018
Os conflitos entre Sancho I e Afonso IX de Leão levaram a que esta região fosse invadida pelas forças leonesas (em 1199) até à reação do soberano português. Afonso II de Portugal confirmou o foral da vila (em 1219), o mesmo o fazendo Afonso III de Portugal, em 20 de Maio de 1253. Ainda no reinado deste soberano, as Inquirições de 1258 referem a existência na vila de quatro paróquias: Santa Maria e Santiago intramuros e São João e São Vicente no arrabalde.
As terças das igrejas de Santa Maria de Bragança e de Grijó eram para a construção das muralhas de Bragança. Sob o reinado de Dinis I de Portugal, entre 1261 e 1325, a pedido dos procuradores de Bragança, o soberano contribuiu para a reconstrução das muralhas dado se encontrarem derrubadas.
O seu sucessor, Afonso IV de Portugal, ao subir ao trono, confiscou os bens de seu meio-irmão, D. Afonso Sanches, que então residia na vila de Albuquerque. Defendendo os seus interesses, D. Afonso Sanches declarou guerra ao soberano e invadiu Portugal pela fronteira de Bragança, matando gentes, saqueando bens e destruindo propriedades. A paz foi acordada, com dificuldade, pela viúva de D. Dinis, a Rainha Santa Isabel.
Posteriormente, já sob o reinado de Fernando I de Portugal, recebeu obras de beneficiação. Neste período, tendo este soberano se envolvido na disputa sucessória de Castela, no contexto da I Guerra Fernandina, Bragança foi cercada e conquistada pelas forças de Henrique I de Castela, retornando à posse portuguesa apenas mediante a assinatura do Tratado de Alcoutim (em 1371).
Quando da crise de sucessão de 1383-1385, o alcaide-mor João Afonso Pimentel, casado com Joana Teles, irmã da rainha D. Leonor Teles, e que recebera Bragança e Vinhais como dote, tomou partido por Beatriz de Portugal e, apenas por diligências do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, em 1386, veio a reconhecer a soberania de João I de Portugal.
Esse processo não terá sido pacífico, uma vez que este senhor revoltou-se em 1397 contra o soberano, passando-se para Castela. No ano seguinte (em 1398), em carta de 17 de Maio a Henrique III de Castela, D. João I refere a tomada de Bragança e Vinhais na sequência da traição do alcaide. Finalmente, pela Paz de Segóvia (a 1 de Junho de 1400), o reino de Castela era obrigado a devolver Bragança ao reino de Portugal, a par de Vinhais e Miranda do Douro.