Por: Nelson de Paula.
Castelos de Portugal - "Bragança" - 18/03/2018
Em 1813 ainda existia o postigo do Colégio. Em 31 de julho de 1816 necessitavam fazer-se na praça seis guaritas para as sentinelas, telhar e fazer pequenos consertos nas janelas e fechaduras nas portas, cuja despesa não excederia a quatro moedas. Em 14 de novembro de 1829 o governador de Bragança solicitou mandar reparar o telhado do armazém existente no castelo.
O telhado, com 296 palmos em quadro e quase todo descoberto, precisava de traves, portas e mais madeira e a entrada para o mesmo, feita por uma ponte de madeira levadiça, precisava ser sobradada. Precisava-se também de uma escada de madeira de vinte e dois degraus para dar serventia ao telhado, porque a existente estava totalmente danificada. Os trabalhos foram feitos por Luís Rodrigues Calvelhe, mestre de alvenaria, e Marcelino Gomes, carpinteiro.
Em 1831 o castelo encontrava-se desabitado e em ruínas. Uma resolução da Câmara Municipal insistiu na execução de uma medida, já afirmada no ano anterior (1830), determinando que se fechassem as duas portas da casa do alcaide com pedra e cal. Data de 1840 uma planta de Bragança pelo Capitão Engenheiro Alexandre José Botelho de Vasconcellos e Sá. Em 23 de setembro de 1861 uma circular do Ministro da Guerra dava conta da situação das fortificações da Província.
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910, publicado pelo Diário do Governo n.º 136 de 23 de junho de 1910. A partir da década de 1930 a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais iniciou-lhe extensa intervenção de consolidação e restauro, que compreenderam o restauro e reconstrução de muralhas, torres e caminhos de ronda, a inclusão de ameias em toda a extensão das mesmas, a demolição do quartel oitocentista e de diversas edificações adossadas aos muros, bem como a reposição de troços desaparecidos de muralhas e a reconstrução da Porta da Traição.
Em 1936 foi instalado um museu histórico-militar nas dependências da torre de menagem, inicialmente em apenas um dos pavimentos. Os trabalhos prosseguiram nas décadas de 1940, 1950 e 1960. Viriam a ser retomados, na segunda metade da década de 1970, com destaque, no início da década de 1980 para as obras de recuperação da torre de menagem, visando requalificá-la para a reinstalação do museu militar, que estavam concluídas em 1984.
Em 1982 o imóvel foi afeto ao Instituto Português do Património Cultural e, a 1 de junho de 1992, ao Instituto Português do Património Arquitetônico, pelo Decreto-lei n.º 106F/92, publicado no Diário da República, I série A, n.º 126. Em 2004 foi instalada a iluminação cênica do castelo. Em 22 de agosto de 2008 a Câmara Municipal de Bragança, atribuiu medalha Municipal de Mérito ao Museu Militar de Bragança, na comemoração dos 25 anos daquela instituição.