Por: Nelson de Paula.
Castelos de Portugal - "Bragança" - 25/03/2018
O Castelo de Bragança é um exemplar de arquitetura militar, em estilo gótico, de implantação urbana, isolado, erguido na cota de 699 metros acima do nível do mar. Constitui o limite leste do núcleo urbano de Bragança. Apresenta planta trapezoidal, envolvido por barbacã com largo adarve protegido por parapeito ameado e amparada por sete possantes cubelos semicirculares, formando quase tambores, mais altos do que a muralha.
O parapeito apresenta ameias de corpo largo, acedido por escadas estruturadas na espessura dos muros e é rasgado por troneiras, algumas cruzetadas, formando amplos nichos para o interior. Os cubelos semicirculares apresentam pavimento de lajes ou cascalho e cobertura em abobadilha de tijolo, e são rasgados por três troneiras, algumas cruzetadas, formando amplos nichos para o interior, também em arco de volta perfeita e aduelas de tijolo. A leste, entre dois cubelos, rasga-se o portal, em arco de volta perfeita e aduelas de cantaria sobre os pés direitos, em alvenaria de xisto.
A torre de menagem, na face virada à vila, apresenta planta quadrada, rematada em parapeito ameado, com ameias de corpo largo, integrando troneiras cruzetadas e balcão com mata-cães para bater à porta de entrada. Situa-se em plano elevado, em arco apontado biselado, abrindo-se nesta e nas outras fachadas seteiras e vãos apontados biselados, sendo dois do último piso maiores e mainelados.
Divide-se internamente em quatro pisos, mais um abaixo do piso de entrada, com os paramentos em alvenaria de xisto argamassada aparente e vãos em arco apontado biselados sobre os pés direitos, alguns siglados. O portal norte, que cria abóbada de berço protegida por guarda-vento de madeira envidraçada, acede a espaço retangular irregular, à volta do qual se desenvolvem as escadas de ligação às várias dependências, com guarda plena de cantaria, coberto por ampla claraboia, com estrutura em ferro e vidro martelado e aramado.
As paredes da caixa das escadas e as de algumas salas possuem vãos, rasgados a diferentes níveis, atualmente desprovidos de função, os virados à escada por vezes entrecortados, revelando alterações em todo o seu interior. No piso de entrada, desenvolvem-se duas salas do lado direito, duas frontais e, numa cota um pouco mais elevada, duas do lado esquerdo, as laterais com vãos para o exterior e as frontais com um só vão a meio, formando nichos interiores, junto aos quais existiam de ângulo portas interligando as salas, com arcos de volta perfeita, atualmente fechados inferiormente e sem função.
As salas do lado direito possuem ainda duplo pé direito, com mísula intermédia, revelando antigo piso intermédio, para onde davam vãos em arco apontado biselado, hoje sem função. O piso inferior tem acesso pela primeira sala à direita da entrada, com portal de verga reta sobre impostas, onde existem escadas de caracol para a chamada "cripta", de planta em “L”, com pavimento em cantaria, paredes caiadas e cobertura em abóbada de ogivas ou cruzaria de ogivas, no ângulo, sobre pilares com chanfro.