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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

Castelos de Portugal - "Mourão" - 20/05/2018

Os efeitos do terremoto de 1 de novembro de 1775 também se fizeram sentir em Mourão e nas suas defesas. A intervenção do poder público na conservação e restauro do monumento iniciou-se no período de 1939 a 1941 por parte da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.

Por escritura datada de 22 de abril de 1950, Marcos Lopes de Vasconcelos Rosado doou ao município de Mourão a parte urbana do prédio designado por “Castelo de Mourão”. Posteriormente, por escritura de 21 de junho de 1977, o mesmo proprietário doou ao município a parte rústica do prédio designado por "Castelo de Mourão".

O conjunto do "Castelo e Forte de Mourão" encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 41.191, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 162, de 18 de julho de 1957. Novas campanhas de obras de conservação e restauro tiveram lugar em 1969-1970, 1972-1974, 1976-1977, 1981-1982 e em 1989. Em boas condições de conservação, o castelo é uma atração turística valorizada pela comunidade. Exemplar de arquitetura militar, medieval e da Restauração, de enquadramento urbano, destacado, na cota mais elevada da vila.

O castelo é típico de arquitetura militar regional, com muralhas de raiz quatrocentista, de planta trapezoidal irregular, percorridas ao alto por adarve, coroadas por merlões e providas de cubelos e torreões, alguns sem remate e cobertos por terraço. O paramento mais extenso, voltado a norte, tem a fachada marcada por 2 cubelos centrais e outros 2 que integram os cunhais e um torreão quadrangular saliente a noroeste.

A fachada virada a oeste possui uma porta protegida por 2 torreões quadrangulares. A fachada sul é interrompida sensivelmente a meio pela frontaria da Igreja de Nossa Senhora da Purificação, havendo à esquerda 2 torres avançadas e à direita, junto ao cunhal sudeste, outro torreão que emparelha com uma torre sineira rematada por coruchéu, entre as quais se abre uma porta em arco pleno, levemente apontado, encimada por pedra de armas, que dá acesso ao interior do recinto.

Na praça de armas, a sudoeste, adossada à cabeceira da igreja, ergue-se a torre de menagem, de planta quadrangular, superiormente truncada e coberta por terraço, ligada à muralha e ao torreão oeste por um pano de muro. A leste abrem-se os depósitos de água. Adossadas ao paramento norte da muralha situam-se as ruínas da Casa do Governador. Sobre a porta da torre há uma lápide epigrafada que reza o seguinte:

“ERA DE 1343, PRIMO DIA DE MARÇO DOM AFONSO O QUARTO REI DE PORTUGAL MANDOU COMEÇAR E FAZER ESTE CASTELO DE MOURÃO E O MESTRE QUE O FAZIA HAVIA NOME JOÃO AFONSO QUAL REI FOI FILHO DO MUI NOBRE REI DOM DENIS E DA RAINHA DONA ISABEL AOS QUAIS DEUS PERDOE O QUAL REI É CASADO COM A RAINHA DONA BEATRIZ E HAVIA POR FILHO HERDEIRO O INFANTE DOM PEDRO”.

O castelo é envolvido por dupla cintura concêntrica do século XVII, de tipo Vauban, de planta estrelada irregular, com revelins, de que subsistem vários troços, e entre as quais, a noroeste e a sudoeste se localizam dois revelins. As torres de atalaia, erguidas em alvenaria, hoje em ruinas encontram-se nos lugares de: Atalaia de Cuncos, Atalaia das Ferrarias, Atalaia da Meada Alta, Atalaia do Meio, Atalaia da Abegoaria e Atalaia da Coxa.