Por: Nelson de Paula.
Castelos de Portugal - "Castelo dos Mouros (Sintra)" - 08/07/2018
O filho e sucessor de Dom Afonso Henriques, Dom Sancho I também dispensou cuidados ao castelo, remodelando e reforçando as defesas. Assim também procedeu, séculos mais tarde, Dom Fernando I, tendo o castelo sido assediado por tropas de Castela no contexto das chamadas Guerras fernandinas. À época da crise de 1383-1385, era seu Alcaide-mor Dom Henrique Manuel de Vilhena, que tomou o partido por Dona Beatriz, somente entregando este castelo "forte e muito alto e fragoso" que lhe fora confiado após a vitória de João I de Portugal na batalha de Aljubarrota.
Posteriormente, diversos soberanos portugueses elegeram Sintra para sua estadia, demorando-se no "Paço Régio", construído para esse fim e sucessivamente ampliado e melhorado ao longo dos séculos (Palácio Nacional de Sintra), tendo a povoação se desenvolvido em torno deste novo núcleo. O castelo manteve-se, por essa razão em segundo plano, entrando em decadência, principalmente após o século XV, face à expulsão dos judeus do país, então os seus únicos habitantes. No século XVI encontrava-se desabitado. A queda de um raio causou-lhe danos à Torre de Menagem (1636), danos grandemente aumentados pelo terramoto de 1755.
No século XIX, sob o segundo reinado de Dona Maria II, o seu consorte, Fernando II, sob o impulso de redescoberta da Idade Média proporcionado pelo Romantismo, tomou, em 1839, o antigo castelo por aforamento à Câmara Municipal de Sintra pela quantia anual de 210 Réis, promovendo-lhe amplas obras de reconstrução que, embora de caráter amador, tiveram o mérito de sustar o avançado estado de degradação em que a estrutura se encontrava. Ao gosto imaginativo da época foram adicionados locais de contemplação, caminhos de acesso e vegetação abundante, transformando-o em uma atração turística.
O Castelo dos Mouros e a cisterna encontram-se classificados como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de junho de 1910. A intervenção do poder público português no monumento iniciou-se em 1939, com a reconstrução de troços das muralhas. Após intervenções menores (1954, 1965), em 1986 procederam-se trabalhos de limpeza e reconstrução de alvenarias, degraus e ameias em várias zonas do castelo, repetindo-se os trabalhos de limpeza das muralhas em nova campanha, em 1992. O conjunto de Sintra foi classificado como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1995. Desde setembro de 2000 o monumento vem sendo gerido pela empresa Parques de Sintra - Monte da Lua, S.A.