Por: Nelson de Paula.
"Castelo da Covilhã" - 30/09/2018
Ainda consultando a Junta do Comércio de 1767, sabe-se que pelo que Parece à Junta, a proposta do administrador da fábrica dos lanifícios Paulino André Lombardi, está nos termos de ser representada a Vossa Majestade, e nesta consideração, parece que à câmara da vila da Covilhã seja V. Majestade servido ordenar, que à ordem do mesmo administrador mande entregar toda a pedraria dos muros caídos da vila, para levantamento do edifício da nova casa da Fábrica.
Em 1982 foi criado no espaço das antigas tinturarias da Real Fábrica de Panos da Covilhã e na antiga Fábrica Real Veiga o Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior. Este museu de ciência e tecnologia tem por missão conservar o património industrial têxtil da região, sendo atualmente o centro de interpretação da Rota da Lã Translana que, com destaque para a Covilhã, não deixa de fora locais como Manteigas, Gouveia, Seia, Pinhel, Guarda e Penamacor.
Ainda na segunda metade do século XVIII o engenheiro militar José Monteiro de Carvalho fez um desenho do Castelo da Covilhã. Luís I de Portugal elevou a Covilhã à categoria de cidade em 20 de outubro de 1870. Entre 1945 e 1950 registrou-se a demolição do edifício filipino dos Paços do Concelho para dar lugar ao atual edifício da Câmara Municipal da Covilhã, inaugurado em 1958.
As “Muralhas da Cidade da Covilhã” encontram-se classificadas no conjunto do “Núcleo urbano da cidade Covilhã / Núcleo intramuros da Covilhã” como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 1/86, publicado no Diário da República, I Série, n.º 2, de 3 de janeiro. Ao final do século XX, no ano 2000, um troço da muralha na zona da "Porta do Sol", ruiu, vindo a ser posteriormente reparado.
Em nossos dias o antigo castelo subsiste apenas na toponímia "Rua do Castelo". Da cerca medieval conservam-se ainda alguns troços importantes, por vezes integrados noutras construções e nem sempre visíveis, assim como vestígios de portas e de torres, como por exemplo junto à "Porta do Sol", onde uma alta muralha evidencia a sobreposição de camadas com vista a uma maior solidez do conjunto.
Na Calçada de Santa Cruz subsiste um torreão octogonal, parcialmente revestido em cimento, que poderia corresponder à antiga torre de menagem. Entre a calçada de Santa Cruz e as Escadas do Castelo, estão inscritos em casas e quintais três fragmentos concêntricos de muralha que se podem relacionar com fases sucessivas de alargamento da cerca defensiva.