Por: Nelson de Paula.
"Castelo da Covilhã" - 07/10/2018
Vamos falar das Características do Castelo da Covilhã - Exemplar de arquitetura militar, gótico, de enquadramento urbano, na cota aproximada dos 800 metros acima do nível do mar, compreendendo uma área de cerca de 9 hectares. As muralhas da cerca da vila, em granito, apresentam traçado irregular de tendência poligonal, construídas parcialmente sobre o afloramento rochoso, desprovidas de remate e rasgadas por várias portas e postigos, perceptíveis apenas no traçado urbano.
No topo norte conserva alguns vestígios relativos ao castelo da vila, nomeadamente alguns troços de muralhas e uma das torres, que a tradição local pretende seja a antiga torre de menagem. A muralha da época de Dom Dinis, ao contrário do que seria de esperar, não é de planta oval, antes forma um polígono irregular de tendência quadrangular, definido pelas seguintes vias: Rua António Augusto d'Aguiar, Rua do Norte, Calçada de Santa Cruz e Rua Capitão João d'Almeida.
Cinco portas principais permitiam a comunicação de pessoas e produtos: a mais importante, a chamada “Porta da Vila”, localizava-se a leste e ligava-se à principal praça do conjunto (a da Igreja de Santa Maria) através de uma importante artéria, que separava os setores norte e sul do aglomerado urbano.
A Igreja Matriz da Covilhã foi edificada no séc. XIX no local da antiga Capela de Santa Maria do Castelo, datada do séc. XVI. O revestimento azulejar que cobre completamente a fachada com cenas da vida da Virgem foi aplicado em 1940.
No interior podem ver-se algumas imagens de valor, nomeadamente as de São Francisco de Sales e de Santa Teresa de Jesus, assim como a Relíquia do Santo Lenho oferecida por Dom Luís à Capela de Santa Cruz. No adro da Igreja de Santa Maria, os conflitos e as rixas locais eram julgados pelos Juízes e Homens-Bons, os homens do povo mais ricos e respeitados do concelho.
As restantes portas abriam-se em cada vertente do quadrilátero, com destaque para a “Porta do Castelo” (a noroeste) - que atesta a existência de uma alcáçova - e a “Porta do Sol”, a sudeste, que colocava em comunicação a cidade com as estradas das planícies a sul. Além destas portas, são referidas outras duas: a "Porta de São Vicente" (a sul), e a "Porta de Altravelho" (a norte). A primeira foi intervencionada em nossos dias, passando a inscrever-se num miradouro.