Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Almourol" - 28/10/2018
À época do Estado Novo português o conjunto foi adaptado para Residência Oficial da República Portuguesa, aqui tendo lugar alguns importantes eventos oficiais. Para esse fim, novas intervenções foram promovidas nas décadas de 1940 e de 1950, reforçando aspectos de uma ideologia de nacionalidade cultivada pelo regime à época. No início de junho de 2006 foram inaugurados dois novos cais para embarcações turísticas: um na margem direita do rio Tejo e outro na zona Sul da ilha.
Em 2013, realizaram-se trabalhos de beneficiação das muralhas e intervenção na torre de menagem do Castelo de Almourol para criar um espaço museológico. As obras incidiram em diversas zonas de desagregação dos panos da muralha e das torres, com a sua impermeabilização, drenagem das águas e beneficiação das muralhas.
A intervenção na torre de menagem incidiu na substituição do terraço, na colocação de uma escada metálica de circulação vertical e na instalação de um sistema expositivo de conteúdos referentes aos Templários, visando preservar e proteger o monumento e possibilitando-lhe melhores condições de acessibilidade e circulação.
Atualmente é possível visitar o Castelo de Almourol e realizar passeios no rio Tejo, acrescentando valor e interesse as visitas do Monumento. Desde Tancos, Arripiado e Vila Nova da Barquinha. A construção, em cantaria de granito e alvenaria argamassada, é de planta irregular (orgânica), reflexo da irregularidade do terreno, e apresenta uma divisão demarcada em dois níveis, um exterior inferior e outro interior mais elevado.
O primeiro nível acede-se através da entrada principal onde se encontram lápides que fazem referência à intervenção de Gualdim Pais e onde são mencionados o nome do obreiro e o ano em que a intervenção tomou lugar. Neste espaço as muralhas apresentam nove altas torres circulares (quatro eqüidistantes a oeste, e cinco a leste) encontrando-se aqui também a porta da traição e vestígios do que terá sido um poço.
Subindo alguns degraus e atravessando outra porta entra-se no segundo nível, a zona interior mais elevada onde se ergue a torre de Menagem quadrangular, elemento característico dos templários, erguida no século XII. Esta estrutura de três pisos apresenta já só as sapatas como elemento original (onde se apoiaria o vigamento de madeira) e uma cruz patesca acima da janela, símbolo adotado pelos templários. Aqui os panos de muralhas coroadas por merlões e seteiras apresentam escadarias que fazem o acesso ao topo da muralha e ao caminho que o percorre, o adarve.