Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Faria" - 18/11/2018
O "Castelo de Faria" localiza-se na freguesia de Pereira, concelho de Barcelos, distrito de Braga, em Portugal. Um dos mais importantes castelos do Entre Douro e Minho, foi erguido, isolado, no alto de uma elevação na vertente norte do monte da Franqueira, dominando o caminho que ligava Barcelos ao porto de Viana. Atualmente em ruínas, inscreve-se na Região Turística do Alto Minho.
A primitiva ocupação humana deste sítio remonta a ano de 3.000 a.C., conforme a moderna pesquisa na estação arqueológica, de quando foram identificados restos cerâmicos e pontas de seta. Uma acrópole estaria formada por volta de 2.000 a.C., quando se identificaram restos cerâmicos e fragmentos de machados de bronze. Outros vestígios apontam a ocupação Romana entre o século I e o VI. Não foram encontradas referências explícitas à ocupação Muçulmana nessa região.
Esta povoação foi sucedida por um castro, cerca de 700 a.C., conforme as estruturas de pedra identificadas fora do recinto do castelo: três linhas de muros e um conjunto de habitações de plantas circulares e quadrangulares com os respectivos arruamentos. Fragmentos cerâmicos e outros vestígios remetem a contatos comerciais com povos do Mediterrâneo entre o século V e o século IV a.C..
A pesquisa arqueológica indica que o primeiro traçado do castelo remonta aos séculos IX a X, no contexto da Reconquista cristã da península Ibérica. A primeira referência documental ao castelo, menciona que era seu senhor ("tenens") Soeiro Mendes da Maia (1099), importante nome da nobreza fundiária do Condado Portucalense.
Outra fonte documental indica que Dom Afonso Henriques aqui esteve em janeiro de 1128. Este castelo, juntamente com o Neiva, foram os primeiros a ser conquistados pelo infante quando da revolta contra a sua mãe, a condessa de Portugal, Teresa de Leão. Cabeça da chamada "Terra de Faria", ao longo do século XII o castelo teve como alcaides nomes importantes como os de Ermígio Riba Douro, Mem de Riba Vizela e Garcia de Sousa.
Teria sido objeto de trabalhos de ampliação e reforço durante o reinado de Dinis I de Portugal (1279-1325), conforme os vestígios de uma torre identificados pela pesquisa arqueológica no século XX. A mesma pesquisa identificou também os restos de uma torre que corresponde a um período posterior, à época de Fernando I de Portugal (1367-1383).