Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Sines" - 09/12/2018
O “Castelo de Sines” localiza-se na freguesia, cidade e concelho de Sines, distrito de Setúbal, em Portugal. Importante porto de pesca (o de maior profundidade no país), o local constituiu-se naturalmente em ponto de vigia e de defesa daquele trecho do litoral. A primitiva ocupação humana do morro do castelo remonta ao Paleolítico, vindo a ser ocupado na Antiguidade pelos Romanos, conforme testemunhos arqueológicos, entre os quais o pedestal de uma estátua consagrada a Marte, posteriormente incorporado às suas muralhas.
Aqui também foram identificados outros testemunhos da posterior presença de Visigodos (um templo cristão do século VII, cujos remanescentes também se encontram incorporados às muralhas), sucedidos, a partir do século VIII pelos Muçulmanos. À época da Reconquista cristã da península Ibérica, a região foi conquistada por Sancho I de Portugal. O seu filho e sucessor, Afonso II de Portugal fez a doação dos domínios de Sines aos cavaleiros da Ordem de Santiago.
Pedro I de Portugal outorgou carta de foral à então aldeia do concelho de Santiago do Cacém elevando-a à categoria de vila em 24 de novembro de 1362, referindo que os seus habitantes se queriam cercar, continuando um muro que já tinham começado, e porque sendo lugar costeiro sem cerca podia daí vir grande dano.
Em seu reinado, João I de Portugal isentou os moradores de Sines do serviço militar nas campanhas da fronteira (1395). Uma fortificação só foi erguida, entretanto, apenas em 1424, por solicitação do procurador do Povo, Francisco Neto Chainho Pão Alvo, para servir de refúgio aos habitantes contra as incursões de corsários e piratas da Barbária, frequentes naquele litoral.
Foi seu Alcaide-mor, mais tarde, Estêvão da Gama, pai do navegador Vasco da Gama, que aqui teria nascido (1469). A Visitação da Ordem de Santiago em 1480, continuando Estevão da Gama como alcaide, referiu as obras executadas por este.
Sob o reinado de Manuel I de Portugal, a povoação recebeu o Foral Novo em julho de 1512. A Visitação efetuada por Dom Jorge de Lencastre, Mestre da Ordem de Santiago, em 1517 descreve muito sumariamente o imóvel e refere a não existência de armas de fogo. Ainda no século XVI foi construído um baluarte, modernizando-lhe a defesa.