Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Sines" - 16/12/2018
No contexto da Dinastia Filipina (1580-1640) as ameaças à costa portuguesa aumentaram consideravelmente. No início do século XVII, o litoral sul do país foi vistoriado pelo engenheiro militar napolitano Alexandre Massai (1614), que propôs a reedificação da fortificação de Sines, adaptando-a às novas necessidades bélicas, o que não se concretizou. Já é referido o baluarte exterior.
A fortificação sofreu danos causados pelo terremoto de 1 de novembro de 1755. Possivelmente na segunda metade do século XVIII sofreu extensas obras de adaptação da alcáçova, com a abertura de janelas para o exterior da cerca e a cobertura do antigo pátio interior para ampliação da construção, assim como execução das pinturas dos tetos das duas salas.
À época da Guerra Peninsular (1808-1814), tropas napoleónicas saquearam a vila e picaram a pedra de armas com o brasão real que encimava o portão de armas do castelo. No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), foi reedificado pelo seu então governador, o major Ignacio da Cunha Gasparinho, conforme placa epigráfica na fachada principal, que reza: “SENDO GOVERNADOR O MAJOR IGNACIO DA CUNHA GASPARINHO FOI REEDIFICADO EM 1828.”
Após a Convenção de Évora Monte (26 de maio de 1834) foi de Sines que Miguel I de Portugal (1828-1834) embarcou para o exílio (julho de 1834). Um novo terremoto causou danos à fortificação (11 de novembro de 1858), nomeadamente à torre do relógio, reedificada no ano seguinte (1859).
As obras foram arrematadas a 29 de maio por Joaquim Lúcio, de Santiago do Cacém, pelo montante de 35 mil réis, e consistiram na reparação das paredes, execução de uma nova abóbada, arranjo do campanário do sino, reboco e caiação. Estavam concluídas já a 15 de setembro.
Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 22.737, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 140, de 24 de junho de 1933. A ZEP conjunta da Igreja Paroquial de Sines / Igreja de São Salvador e do Castelo de Sines encontra-se definida pelo Anúncio n.º 106/2013, publicado no Diário da República, II Série, n.º 46, de 6 de março.
A ação do poder público, entretanto, só se fez sentir em 1956, através de intervenção de consolidação e restauro parcial, a cargo da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN). Novos danos se registraram em virtude do terremoto de 28 de fevereiro de 1969.
Nesse mesmo ano foram estabelecidos contatos com o escultor António Amaral Branco de Paiva para a execução da estátua de Vasco da Gama, com 2,50 m de altura, pelo valor de 150.000$00 escudos.