Por: Nelson de Paula.
"Castelo do Lindoso" - 27/01/2019
O “Castelo do Lindoso” localiza-se no lugar e freguesia do Lindoso, concelho de Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo, em Portugal. Em posição estratégica na Raia, tinha a função de defesa do vale do rio Lima, da portela da serra Amarela, do vale do Cabril e do porto do Lindoso. É considerado como um dos mais importantes monumentos militares portugueses, pelas novidades técnicas e arquitetônicas que ensaiou, à época, no país.
Alguns autores afirmam que o topónimo Lindoso deriva do latim "Limitosum" (limitador, fronteira, extrema). Embora não existam informações sobre a primitiva ocupação humana de seu sítio, a primeira referência explícita a Lindoso data do século IX, num documento da igreja de Braga, em que se descrevem os limites da diocese, limites esses confirmados pelo Papa Pascal II em 1114.
À época da formação da nacionalidade, a povoação integrava-se na Terra da Nóbrega, circunscrição territorial sob a administração e controle do Castelo de Aboim da Nóbrega. Não se encontra referida nas Inquirições de 1220, período em que se terá iniciado, de raiz, a construção do seu castelo, já mencionado sob o reinado de Afonso III de Portugal, nas Inquirições de 1258.
Nessas inquirições, onde se refere que os habitantes tinham a obrigação de alimentarem o seu alcaide quando este fosse prestar "preito" dele, à caça ou recolher o seu pão, sendo a ele vedado praticar quaisquer abusos contra esses mesmos habitantes.
O castelo terá sido reforçado e ampliado sob o reinado de Dinis I de Portugal, a partir de 1278. Alguns autores atribuem-lhe a construção da torre de menagem, afirmando que o soberano aqui pousava durante as caçadas que fazia no Gerês. Pedro I de Portugal nomeou João Aires como primeiro alcaide do castelo de que temos conhecimento.
Em seus muros inscreve-se, em algarismos, a data de 1365, evidentemente apócrifa. João I de Portugal doou a Diogo Gil, de Lavradas, a terra do Lindoso com todas as suas pertenças (20 de outubro de 1386). Afonso V de Portugal em 1464 nomeou como alcaide a Lopo de Araújo, fidalgo da Casa Real, senhor de terras fronteiras em Portugal e na Galiza, perdigueiro-mor de Celanova, alcaide de São Salvador de Sande, senhor de Campelos e Val de Poldros, sucedendo a seu pai, Paio Rodrigues de Araújo. À época o castelo encontrava-se "derribado" (em ruínas).