Por: Nelson de Paula.
"Castelo do Lindoso" - 03/02/2019
Sob o reinado de Manuel I de Portugal inscreveu-se na porta da antiga torre a data de 1500. Este soberano concedeu Foral Novo à vila (a 5 de outubro de 1514), facultando-lhe a exploração de mais amplos espaços serranos através da extinção da coutada de caça que tinha no Cabril; cedeu a favor do alcaide 650 reais da "pena de sangue" e o gado perdido; posteriormente vieram a pertencer ao alcaide os direitos reais de 100 alqueires de pão terçado: centeio, milho e painço.
Em 17 de julho de 1527, quando do Numeramento promovido por João III de Portugal, o castelo encontrava-se ermo, tendo a povoação do Lindoso apenas 41 vizinhos. No contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa (1640-1668), o antigo castelo readquiriu importância estratégica face à sua localização fronteiriça.
Desse modo, logo após a Restauração, foi atacado por forças espanholas do comando de San Esteban, as quais foram por duas vezes repelidas. Entre 1641 e 1643 o alcaide do Lindoso, Baltasar de Sousa Meneses, descendente direto dos Araújo e seu 7º Senhor, reparou e fortificou melhor o castelo às suas expensas. Neste período, no contexto das incursões portuguesas na Galiza pelas forças militares do General das Armas de Entre-Douro-e-Minho, Dom Gastão Coutinho, o castelo foi utilizado como base de apoio.
Em 24 de agosto, forças portuguesas sob o comando de Vasco de Azevedo Coutinho e Manuel de Sousa de Abreu entraram na Galiza por Lindoso. A 9 de setembro, à frente de uma força de mil homens, desbarataram as forças galegas em Compostela, povoação a 2 léguas da fronteira, e novamente, a 10 de setembro, às margens do rio Buscalque.
Um ano mais tarde (1642), a 14 de setembro, Bento da Silva Marques, Capitão-mor de Ponte da Barca e Arcos, com o seu irmão, Capitão-mor dos Regalados, entrou na Galiza por Lindoso e foi até Bande, vencendo tudo. A 16 de setembro, a coluna do Exército Português que tinha penetrado na Galiza por Melgaço, regressou a Portugal por Lindoso.
Em 1643 forças do Lindoso e de Ponte da Barca, sob o comando de Francisco de Sousa e Castro, tomam parte na conquista de Salvaterra (a 15 de agosto). A data de 1656 encontra-se inscrita na janela da torre, referente ao alargamento de uma fresta. Em 1657 dispomos do relato de uma das batalhas do Lindoso, por uma testemunha presencial. O então Governador da Galiza, Dom Vicente Gonzaga, ordenou o ataque ao Castelo do Lindoso, mas as forças espanholas foram repelidas.