Por: Nelson de Paula.
"Castelo do Lindoso" - 17/02/2019
Após a reconquista portuguesa, na posse, as obras da cintura abaluartada prosseguiram. 1665 é a data inscrita num silhar reaproveitado no muro de umas casernas. No mesmo ano construiu-se a barbacã exterior. 1666, data na verga da janela meridional da torre, assinala a conclusão das obras que se haviam iniciado em 1663.
Por volta de 1668 procede-se o alteamento das muralhas medievais, assim como a criação de um novo sistema de entradas, estacadas e fosso, a instalação de uma guarnição permanente no pátio interior, com casernas, forno de pão, armazéns, moinho e oratório, servindo um corpo militar composto por cerca de 300 homens.
No mesmo ano é assinado o tratado de paz com Espanha, colocando fim ao conflito, reconhecendo-se ao castelo um papel decisivo na manutenção do traçado fronteiriço da região. Em 1684 foi descrito em francês, como um pentágono fechado com uma boa parede, e que é defendido por um pequeno forte irregular de cinco bastiões.
À época o engenheiro militar francês Michel de l'Ècole, possivelmente com a colaboração do também engenheiro militar Manuel Pinto de Vilalobos, realizou trabalhos no rio Lima a montante da vila de Ponte de Lima, com o objetivo de facilitar a navegação até ao Lindoso.
Data de 29 de outubro de 1713 um desenho do forte pelo engenheiro Vilalobos. A porta do revelim que cobre a entrada da fortificação tem inscrita a data de 1720. Em 1758 era alcaide-mor Joaquim Leite de Araújo Azevedo, função a que continuava a pagar-se o mesmo que no século XVI.
A fortificação estava guarnecida por um destacamento de infantaria vinda, dois em dois meses, da Praça-forte de Valença, e por três artilheiros. Dispunha de cinco peças de artilharia, armazém de pólvora e outras munições. A freguesia do Lindoso não fornecia soldados para a guerra porque tinha de defender a raia seca e tinha de fazer à sua custa as guaritas do castelo.
Em outubro de 1768, um documento refere a existência de um quartel de oficiais, destelhado e sem tarimbas, um de soldados, nas mesmas condições e sem portas, o edifício do corpo da guarda destelhado, a casa dos meirinhos e uma casa dos fornos, sem portas, um armazém de pólvora com as portas podres, duas tulhas para guardar pão (ambas com 10 palmos de largura e 8 de comprimento) no mesmo armazém, uma cisterna e duas portas principais do castelo.
Em outubro de 1769, outro documento refere a existência de um forno com 8 pés de diâmetro e um outro de 4,5 pés de diâmetro. Em 1771 existiam dois moinhos de bestas no castelo.