Por: Nelson de Paula.
"Castelo do Lindoso" - 03/03/2019
No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) inquiriu-se sobre o destino a dar aos utensílios que outrora fizeram parte de um hospital fixo existente no castelo (27 de março de 1830). Posteriormente, o tenente comandante Francisco de Vasconcelos Correia Castro Sousa Monteiro obrigou-se a comprar telha, madeira e cal para os consertos nos quartéis do castelo, no prazo de ano e meio (28 de abril de 1832).
Em 18 de agosto de 1856 a "Comissão Mista de Demarcação de Limites entre Portugal e Espanha" ocupou-se, pela primeira vez, do traçado da fronteira do Lindoso, processo polêmico devido às pretensões espanholas do monte da Madalena. Uma ordem do Ministério de Guerra determinou a entrega do castelo ao Ministério da Fazenda, por intermédio do Diretor da Alfândega de Ponte da Barca (4 de junho de 1862).
Data de agosto de 1867 uma planta do castelo de autoria de José Bandeira Coelho de Melo, e de 1869 outra, levantada pelo então tenente de engenharia Bandeira de Melo. Em 1872 foram efetuadas reparações urgentes nas muralhas do castelo, no valor de $94000.
O relatório da Inspeção da Direção Geral de Engenharia (9 de abril de 1873) descreveu o castelo como tendo lances de muros, ainda que pequenos, em terra, grandes porções da zona superior das muralhas "descosidas" e incompletas, consideráveis faltas de pedra miúda para igualar o forro vertical dos muros e ainda falta de reboco na face superior dos muros para evitar a sua ruína ou a irregularidade.
Os edifícios denotavam abandono, assim os sobrados, tarimbas, portas, algumas traves já não existiam e da cobertura e armação dos tetos pouco se podia aproveitar na reconstrução dos tetos; a torre tinha três pavimentos, o castelo poderia alojar cerca de 400 homens ou, em caso de necessidade, 600, e o poço de onde se extraía água estava completamente entulhado.
Por ordem do Ministério da Guerra (10 de abril de 1878) concedeu-se à Direção da Alfândega de Valença as casernas do castelo para estabelecimento de um posto fiscal. Posteriormente, em 1885, tiveram lugar novas obras, momento em que os fundos e fossos receberam a última reparação, quando se estabeleceu o cordão sanitário.