Por: Nelson de Paula.
"Castelo do Lindoso" - 17/03/2019
A intervenção do poder público no Castelo de Lindoso, iniciou-se na primeira metade da década de 1940, através da Direção-geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), tendo se procedido, entre outros trabalhos, à reconstrução de panos de muralha e de ameias bem como à demolição de algumas estruturas no pátio de armas (1941-1945). Novas intervenções tiveram lugar em 1962, de 1973 a 1977, em 1982 e em 1984-1985.
Em 8 de junho de 1976 foi lavrado auto cedendo a administração do castelo ao Parque Nacional da Peneda Gerês. Em 1991 procederam-se trabalhos de prospecção arqueológica. Em 2001 o castelo foi palco da realização de uma feira medieval.
Nos anos de 2002-2003 foi elaborado projeto de candidatura ao INTERREG, RAINBOW, em parceria com uma escola inglesa e com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, para recuperação das estruturas e arranjo envolvente, que não chegou a ser implementado.
Atualmente, após trabalhos de conservação e restauro, desenvolvem-se no castelo atividades culturais, promovidas pela Autarquia, pelo Parque Nacional Peneda-Gerês e pelo Museu Militar do Porto.
O Castelo está numa área rural e isolada. Implanta-se na serra Amarela, no alto de um pequeno outeiro sobranceiro ao rio Lima, a 468 metros acima do nível do mar, próximo da povoação, a 4 quilómetros da fronteira com a Espanha, abrangendo um vasto panorama sobre os montes e serras ao redor.
O núcleo do castelo medieval que chegou até nós, de planta pentagonal irregular, é similar ao dos castelos de Lanhoso, de Arnóia e de vários outros da região. Erguido sobre afloramento rochoso, bastante saliente sob a torre de menagem, é composto pelas muralhas de alvenaria de pedra, cujo topo é circundado por um adarve.
Nestas rasgam-se duas portas, uma a norte, próxima à torre, e outra, a sul, acedida por uma ponte levadiça de madeira. Esta última porta ostenta pelo interior um arco de volta perfeita e pelo exterior um arco quebrado, sendo ladeada por dois cubelos de planta retangular.
O aparelho do castelo revela grandes alterações, visto ter os dois terços inferiores em cantaria e o superior em alvenaria de pedra, resultantes certamente de uma reconstrução posterior, o que explica as escadas junto ao portal sul terem sido interrompidas e terem perdido a sua funcionalidade.