Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Abrantes" - 07/04/2019
Durante o século XVIII, as instalações do Castelo de Abrantes foram adaptadas a quartel, para poderem dar guarida a um regimento de cavalaria real. Alguns anos mais tarde, entre 1792 e 1799, o Castelo de Abrantes foi ampliado e ocupado pela legião comandada pelo marquês de Alorna. Assim, já no virar do século, o Castelo de Abrantes seria um dos palcos da denominada Guerra das Laranjas, conflito luso-espanhol que arrastou para a guerra algumas localidades portuguesas.
Em 1807, pelas mãos de Junot, as tropas napoleônicas invadiram Portugal, sendo que, com ele estendeu-se todo um cortejo de violência e humilhações. O marechal francês ocupou a cidade de Abrantes, a 22 de novembro, atribuindo a si próprio o título de duque de Abrantes.
No entanto, menos de um ano depois, a cidade foi recuperada por um grupo de militares portugueses e também de populares. Apesar disso, no decurso da terceira invasão francesa, Abrantes voltou a ser reocupada e martirizada pelas tropas comandadas por Massena, após a derrota deste nas Linhas de Torres Vedras.
Em nossos dias, apesar de desativado em termos de aquartelamento militar, o castelo de Abrantes continua a conservar a beleza dos volumes castrenses do seu passado. Rodeada por um parque elegante e verdejante, a fortaleza deixa ver dois distintos panos de muralha, encontrando-se o primeiro reforçado por cilíndricos torreões e rasgado por algumas aberturas retangulares. A porta principal foi rasgada no ângulo nordeste da fortaleza.
O elemento que mais se destaca neste conjunto arquitetônico é a extensa Loggia do Paço dos Marqueses de Abrantes, uma varanda de grandes e poderosos arcos de volta perfeita, ladeada por dois torreões cilíndricos. No interior da praça de armas existem ainda as antigas dependências palacianas, marcadas pela grandiosidade das suas estruturas arquitetônicas.
A emergir destas construções, encontra-se a antiga Igreja de Santa Maria do Castelo, que foi convertida em museu e onde se expõem belas coleções de escultura romana, escultura tumular dos séculos XV e XVI, e ainda de notáveis painéis de azulejos sevilhanos.