Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Elvas" - 21/04/2019
No contexto da guerra entre Portugal e o reino de Castela sob o reinado de Afonso IV de Portugal sofreu assédio pelas forças de Afonso IX de Castela, de 1325 a 1327, durante dois dias em 1334, e em 1337. Ainda neste reinado iniciou-se uma nova cerca, obra concluída no reinado de Fernando I de Portugal e que ficou na memória das gentes como “cerca fernandina”. No contexto da III Guerra Fernandina (1381-1383) sofreu assédio por tropas castelhanas sob o comando do Infante Dom João de Portugal, filho de Pedro I de Portugal com Inês de Castro.
Pouco depois, no contexto da crise de sucessão de 1383-1385 o alcaide do castelo tomou partido por Beatriz de Portugal. A população, entretanto, sob o comando de Gil Fernandes, tomou o castelo, prendeu o alcaide e, nas palavras do cronista, Elvas “tomou voz por Portugal”. Em consequência, tendo como novo alcaide Gil Fernandes, resistiu a um assédio por forças sob o comando de João I de Castela, que se estendeu por 25 dias em 1385.
João II de Portugal (1481-1495) ordenou novas obras, entre elas a reconstrução da torre de menagem (1488), conforme testemunha a pedra de armas deste soberano sobre o portão de entrada. Sob o reinado de Manuel I de Portugal (1495-1521), em 1498 tiveram lugar obras de reconstrução no castelo. Na passagem do século XV para o XVI foi erguido o cubelo artilheiro do castelo, assim como renovada a alcaidaria.
Data deste momento a representação das suas defesas por Duarte de Armas no “Livro das Fortalezas”, em duas vistas e uma planta, onde observamos uma tripla cintura de muralhas, vinte e duas torres, onze portas e barbacã. Entre 1511 e 1512 o soberano mandou construir algumas torres nas muralhas, assim como reparar duas que se encontravam danificadas. Data deste momento o Foral Novo da vila (1512), elevada a cidade (1513). Mais tarde, ainda nesse século, seria elevada a Diocese (1570).
Estes dois últimos soberanos foram os responsáveis pela modernização do castelo para o sistema abaluartado, com linhas renascentistas, período em que passa a predominar a função residencial (paço), a cargo dos alcaides da cidade. O Castelo de Elvas foi o primeiro imóvel a ser classificado como Monumento Nacional no país, por Decreto de 27 de setembro de 1906, publicado no Diário do Governo, 1.ª série, n.º 228, de 9 de outubro de 1906, a que se seguiu o Decreto de 16 de junho de 1910, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 136, de 23 de junho de 1910.
As muralhas de Elvas encontram-se classificadas como Monumento Nacional pelo Decreto n.º 28.536, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 66, de 22 de março de 1938. Logo depois essa classificação foi ampliada para compreender as muralhas e obras anexas (Decreto n.º 30.762, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 225 de 26 de setembro de 1940. Nova classificação das Muralhas de Elvas como Monumento Nacional foi efetuada pelo Decreto n.º 37.077, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 228, de 29 de setembro de 1948.