Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Santo Estevão" - 21/07/2019
A fachada principal, voltada a oeste, possui acesso sobrelevado, por portal de arco quebrado de aduelas assentes nos pés-direitos, situado ao nível do primeiro piso, precedido por escada de pedra com guarda do mesmo material, de rebordo marcado, e encimado por consolas de sustentação de um alpendre desaparecido. Ao nível do segundo piso, abre-se janela geminada, de lumes estreitos trilobados e com mainel central, na parte superior esquerda surge uma gárgula de canhão.
Na fachada lateral norte abre-se ao nível do piso térreo, um portal de arco quebrado, com aduelas assentes no pé direito encimado por consolas, e, ao nível do segundo piso, janela geminada, de lumes estreitos trilobados descentrada e gárgula superior. A fachada sul apresenta três frestas simples ao nível do primeiro piso e uma janela geminada, de lumes estreitos trilobados ao nível do segundo piso e gárgula central.
A fachada leste apresenta, ao nível do piso térreo, duas pequenas frestas e no primeiro piso duas frestas simples e um portal de arco curvo e intradorso recortado assente em impostas cortadas, e gárgula superior. O interior apresenta paredes em cantaria de granito e pisos de espaço único, comunicantes por escada de madeira encostada à parede sul.
O piso térreo possui um pilar central de granito, de seção quadrada com chanfros, pavimento em lajeado de pedra e apresenta o vigamento de madeira de suporte do soalho do primeiro piso. Este possui pavimento em madeira, pilar central semelhante, mas mais estreito e escada em madeira de dois lanços para acesso ao segundo piso.
O segundo piso, um espaço amplo, com pavimento em madeira, apresenta visível a estrutura de madeira de suporte do telhado e um pequeno alçapão, com escada móvel de ferro para acesso à cobertura; nos quatro vãos das janelas geminadas surgem conversadeiras e, no ângulo sudeste, uma lareira de granito. A construção da torre que hoje vemos, sugere um certo paralelismo com outras estruturas edificadas em território galego, como as torres da Pena na Portela, ou da Forxa na Porqueira, em Orense.
Na proximidade, ergue-se a Igreja Paroquial de Santo Estêvão, de uma só nave e torre sineira. A igreja poderá ter sido construída sobre as ruínas de uma capela pertencente ao castelo, a qual conjuntamente com a torre sineira que lhe está adossada, fizesse parte de um recinto fortificado. A configuração arquitetônica da torre sineira demonstra características de defesa, pela espessura e altura dos muros e a quase inexistência de aberturas.