Por: Nelson de Paula.
"Castelo de Paderne" - 06/10/2019
O Castelo de Paderne, no Algarve, localiza-se na cidade e freguesia de mesmo nome, Concelho de Albufeira, Distrito de Faro, em Portugal. Ergue-se em posição dominante sobre a ribeira de Quarteira, cerca de dois quilômetros ao Sul da cidade. É um dos sete castelos representados na bandeira de Portugal, as suas ruínas, de cor avermelhada, constituem um dos exemplares mais significativos da arquitetura militar muçulmana na Península Ibérica.
Destaca-se na paisagem como um aviso de chegada ao Algarve para quem entra na Via do Infante, vindo da A2. O efeito cenográfico é multiplicado à noite, graças à iluminação instalada pela Região de Turismo do Algarve.
O Castelo de Paderne é uma pequena fortificação rural hispano-muçulmana do período almóada (2ª metade do século XII e primeiras décadas do século XIII), em cujas muralhas foi utilizado um único e já perdido processo construtivo: a taipa militar.
Neste período, o progresso da Reconquista cristã levou à edificação de uma linha defensiva composta por fortificações de porte médio (como o Castelo de Salir) e de caráter rural na região, das quais esta é um dos melhores exemplos.
A referência mais antiga sobre o castelo remonta a 1189, quando foi conquistado em um encarniçado assalto noturno pelas forças de Dom Sancho I (1185-1211), com o auxílio de uma esquadra de cruzados ingleses. Esse domínio, entretanto, foi efêmero, uma vez que, já em 1191, foi recuperada pelas forças Almóadas sob o comando do califa Iacube Almançor.
A sua posse definitiva para a Coroa portuguesa só viria sob o reinado de Dom Afonso III (1248-1279) com a conquista pelo Mestre da Ordem de Santiago, Dom Paio Peres Correia, em 1248, iniciando-se o repovoamento da região. Sob o reinado de Dom Dinis (1279-1325), os domínios da vila e seu castelo, bem como o padroado da sua igreja, foram doados pelo soberano à Ordem de Avis, na pessoa de seu Mestre, Dom Lourenço Anes.
Não se registram, entretanto, no período, obras de recuperação no castelo, à semelhança do que ocorreu com o Castelo de Alvor (1300), as muralhas de Tavira (1303) ou as de Castro Marim (1303), mas tão somente algumas construções no seu interior, como a edificação da primitiva capela.
No século seguinte, instaurando-se o ciclo dos Descobrimentos portugueses, as preocupações estratégicas e econômicas concentram-se nas costas do reino, perdendo Paderne a sua importância e a sua função defensiva. Abandonado a partir do século XVI, quando a povoação se transferiu para o atual sítio, caiu progressivamente em ruínas nos séculos seguintes.